EDMILSON LUCENA
Esta data, por contradições naturais entre jornalistas, está cheia de controvérsias históricas. Há 50 anos, o Dia do Jornalista no Brasil era comemorado em 10 de Setembro, Dia da Imprensa. A comemoração no dia 7 de Abril foi instituída pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em homenagem a Líbero Badaró, médico e jornalista que morreu assassinado por inimigos políticos em São Paulo. Este dia também foi aceito pela Confederação Nacional dos Jornalistas Profissionais. No entanto, os “Filhos da Pauta”, tradicionalmente desunidos, cultivam a filosofia que ensina: “Em cada cabeça há uma sentença”. Assim, os jornalistas católicos comemoram o Dia deles em 24 de Janeiro, data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales (bispo e doutor da Igreja Católica).
Para aumentar a confusão, o Congresso Nacional, por razões até hoje não explicadas, separou os repórteres dos jornalistas e criou o Dia do Repórter: 16 de Fevereiro. Um grupo expressivo de jornalistas comemora o dia da categoria profissional em 3 de Maio por ser esta a data da Liberdade de Imprensa decretada pela ONU em 1993. Mas não fica apenas nestas contradições: no Brasil, alguns jornalistas consideram o dia 1º de Junho como o “Dia da Imprensa e do Jornalista” em homenagem à data da fundação do “Correio Braziliense”, primeiro jornal brasileiro editado pela primeira vez em 1808 em Londres, por Hipólito José da Costa. E tem mais confusão: o Dia Mundial do Jornalista é comemorado em 8 de Novembro por 1,3 bilhão de chineses. Nos Estados Unidos, o Dia Mundial do Jornalista é 8 de Agosto. A confusão é superlativa e confirma a observação do lendário jornalista Edmund Bitencourt (Correio da Manhã – RJ): “Jornalismo é controvérsia”. Hoje é dia de jornalista receber cumprimentos de admiradores e figas de desafetos.