A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj),
por meio de seu Departamento de Saúde,
atualizou o relatório sobre jornalistas vítimas
de Covid-19 no Brasil.
Os dados coletados referem-se ao primeiro
trimestre de 2021 e demonstram que o avanço
da pandemia em todo o país atingiu com muita
força os profissionais de jornalismo.
Como foi alertado na publicação do primeiro
Relatório, em janeiro, pela dificuldade do levantamento de dados, as informações podem ainda estar subnotificadas. No caso do Relatório de janeiro, após sua publicação foram descobertos seis novos casos ocorridos em 2020,
o que elevou o total de mortes de jornalistas
para 78 entre abril e dezembro. Esses números
continuam a ser constantemente checados e
atualizados pelo Departamento de Saúde.
No primeiro trimestre deste ano, a realidade
da disseminação da doença se mostrou ainda
mais perversa. Em apenas três meses foram
registrados 86 casos fatais, superando em
8,9% o total de 2020.
Pela média, o ano de 2020 registrou 8,5 mortes por mês; em 2021, no primeiro trimestre,
atingiu-se a marca de 28,6 mortes, praticamente uma por dia. No início de abril, mais
cinco mortes ocorreram antes da Páscoa,
elevando o total de vítimas da Covid-19 e da
necropolítica do governo federal para 169 casos, tornando o Brasil o país com maior número de jornalistas mortos por Covid-19 no
mundo, superando o Peru, que registra pouco
menos de 140 mortes segundo levantamento
do Press Emblem Campaign.
Esses números são ainda mais contundentes
quando comparados com jornalistas assassinados em todo o mundo. Em 2020, conforme
o Repórteres Sem Fronteiras foram 50 casos,
incluindo países em guerra.
Metodologia
Como alertado por ocasião da publicação
do Relatório em janeiro, não existe uma fonte
centralizada para coleta de informações. Os
dados aqui obtidos refletem uma busca direta
em jornais, sites e blogs de todo o país, informações fornecidas pelos sindicatos dos
jornalistas nos estados ou vindas diretamente
por colegas de profissão.
Este levantamento apresenta dados de jornalistas da ativa e aposentados vitimados por Covid-19. Radialistas, que não são possuem
registro profissional como jornalistas e outros
comunicadores não foram incluídos nesse levantamento.
Este Relatório é um documento em atualização constante e contamos com o apoio de
todos para levarmos as informações com o
máximo de precisão possível. Este é um empenho coletivo de toda a direção da Fenaj e
das direções estaduais dos Sindicatos.
Os números mostram a urgência de a sociedade se posicionar contra o governo genocida
de Jair Bolsonaro, um governo que desrespeita a vida e bate continência para a morte.
*Norian Segatto
Diretor da Fenaj
Departamento de Saúde, Previdência e Segurança