Brasil 247
Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, que trabalhou por 14 anos para a família Bolsonaro, alegou ter testemunhado durante o período crimes que teriam sido cometidos pelos parlamentares Flávio e Carlos Bolsonaro, assim como pela advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair, informa reportagem do Metrópoles.
As revelações foram feitas após Marcelo dos Santos se demitir por não receber o salário pedido. Ele trabalhou na campanha de 2002 de Flávio para deputado estadual e depois trabalhou em seu gabinete.
Em seguida, virou uma espécie de babá de Jair Renan, filho de Ana Cristina com Jair Bolsonaro. “Entre 2014 e 2021, trabalhou como empregado doméstico de Ana Cristina em suas casas, primeiro em Resende (RJ), e nos últimos meses em Brasília”, informa o Metrópoles.
Marcelo alega que Ana Cristina foi quem precedeu Fabrício Queiroz. Ela era a encarregada de recolher as rachadinhas não só no gabinete de Flávio, mas também no de Carlos, eleito vereador da Câmara do Rio em 2000.
“Segundo ele, Ana Cristina não se envolvia no eventual recolhimento de valores dos funcionários do gabinete de Jair Bolsonaro como deputado federal, restringindo-se a articular o esquema na Assembleia e na Câmara do Rio. Todo mês, segundo ele, sacava 80% de seu salário e entregava o dinheiro em espécie nas mãos da advogada. Todos os assessores de Flávio, de acordo com o ex-empregado, faziam o mesmo, bem como os de Carlos”, diz o funcionário.
“Somente depois da separação de Jair e Ana Cristina, em 2007, Flávio e Carlos teriam assumido a responsabilidade do recolhimento dos valores dos funcionários de seus gabinetes”, diz a reportagem.
Em 2020, o patrimônio de Ana Cristina era estimado em R$ 5 milhões. O ex-funcionário alega que o montante foi possível através do uso de uma série de laranjas, inclusive na compra da mansão em que mora atualmente em Brasília, no Lago Sul, com o filho Jair Renan.
“Segundo Marcelo, Ana Cristina não alugou o imóvel, como ela conta, mas o comprou, por meio de dois laranjas, com quem firmou um contrato de gaveta, ou seja, um documento informal não registrado em cartório, para que eles repassem o imóvel para seu nome após o encerramento do financiamento”, destaca a reportagem.