O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que voltou a testar positivo para a Covid-19 e seguirá trabalhando à distância. A informação foi divulgada nas redes sociais nesta sexta-feira (1º).
Em isolamento social em um hotel em Nova York, nos Estados Unidos, Queiroga pretendia retornar ao Brasil ainda nesta sexta-feira caso o novo exame PCR desse negativo. Ele fez o teste na quinta-feira (30).
“Infelizmente, o exame RT-PCR que fiz ontem continua positivo, o que me impede de retornar ao Brasil ainda hoje. Sigo trabalhando à distância para acelerar a imunização dos brasileiros. Agradeço a todos que estão torcendo por mim. Estou sem sintomas e logo estarei de volta”, escreveu.
Pelas regras sanitárias americanas e brasileiras, a pessoa que confirmou a Covid-19 precisa ficar isolada de 10 a 14 dias, se não forem observados sintomas graves e negativar em um novo PCR a partir do 10º dia.
Como Queiroga coletou o material na segunda-feira (20), nos EUA, a presença do vírus da Covid foi confirmada no dia seguinte. O ministro teve sintomas leves (cansaço e estado febril) por apenas um dia, na quarta-feira (22).
Relembre o caso
O ministro Marcelo Queiroga viajou para Nova York com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que participou da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas no último dia 21.
A confirmação de que Queiroga testou positivo para a Covid-19 foi relatada naquele mesmo dia pelo colunista da CNN Caio Junqueira. Horas depois, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo confirmou o caso e o ministro fez uma postagem em suas redes sociais.
Na ocasião, ele informou estar bem e que seguiria em quarentena nos EUA. “Comunico a todos que hoje testei positivo para Covid-19. Ficarei em quarentena nos EUA, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária”, escreveu Queiroga.
O ministro esteve na Assembleia-Geral da ONU, mas usou máscara durante todo o tempo. Ele também acompanhou o presidente Bolsonaro em visita ao Memorial do 11 de Setembro, novamente usando máscara de proteção.
A confirmação de que ele foi infectado pela Covid-19 levou o Itamaraty de suspender a presença de todos os diplomatas brasileiros de todas as reuniões que ocorreriam na ONU.
Quarentena recomendada pela Anvisa
Depois da confirmação da infecção de Queiroga, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou o isolamento da comitiva brasileira que acompanhou o presidente em viagem à Assembleia-Geral da ONU.
Cerca de 50 pessoas que fizeram parte da comitiva presidencial em Nova York cumpriram a quarentena, segundo informações do secretário de Comunicação André Costa.
“Como foi comunicado, o ministro foi contaminado pela Covid e permaneceu nos EUA. Em razão dessa informação, a comitiva que acompanhou o presidente da República a essa visita da ONU também foi toda orientada a permanecer seguindo o guia de vigilância epidemiológica, orientados a permanecer em isolamento pelo período previsto”, disse o secretário, na volta dos EUA.
Outras infecções na comitiva
Além de Queiroga, outras três pessoas que fizeram parte da comitiva que acompanhou Bolsonaro também foram infectadas pela Covid-19.
O último a confirmar foi o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, no domingo (26).
“Eu acabei de receber o resultado do teste de Covid que realizei hoje de manhã. Deu positivo. Quero dizer para você que eu estou assintomático, ou seja, sem nenhum sintoma”, afirmou Guimarães em uma rede social.
Também foram contaminados o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e um funcionário do cerimonial do Palácio do Planalto.
O presidente Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também foram testados e receberam resultado negativo para Covid-19.
Polêmica em NY
Queiroga se envolveu em uma polêmica durante a estadia da comitiva presidencial nos EUA, além de ser infectado pelo vírus. Isso porque ele mostrou o dedo médio para manifestantes contrários ao presidente.
O gesto obsceno do ministro foi amplamente divulgado em vídeos nas redes sociais, que mostram o momento em que Queiroga aparece na janela de um micro-ônibus e ofende os manifestantes. O protesto ocorreu em frente à residência da Missão Brasileira junto à ONU.
(*Com informações de Natália André, da CNN, em Brasília, e Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo)