Com 1.180 páginas e pedido de indiciamento de 66 pessoas e duas empresas, o documento será votado na próxima semana
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 está reunida desde às 10h desta quarta-feira (20) para a leitura do relatório final. O documento é o compilado de tudo que foi apurado nos quase seis meses de reuniões, desde a abertura, em 27 de abril deste ano. Nele também estão sugestões de indiciamentos e pedidos de investigações. A partir do relatório, órgãos fiscalizadores serão acionados para darem continuidade às investigações.
O documento, elaborado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), tem 1.180 páginas e pedido de indiciamento para 66 pessoas e duas empresas. Foi alterado após uma reunião de Calheiros com outros integrantes da comissão, na noite de terça-feira (19)
Veja a versão final do documento aqui.
No documento finalizado, Calheiros retirou o pedido de indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pelo crime de genocídio contra povos indígenas. A proposta chegou a ser incluída em uma prévia do relatório, mas não houve consenso entre os senadores. Em reunião na noite de terça-feira (19), o G7, grupo majoritário da CPI, decidiu retirar a indicação do crime. Também foi desconsiderado o pedido de indiciamento de advocacia administrativa contra o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
As mudanças no relatório ocorreram depois que a minuta do documento vazou antes de ser lida por todos os integrantes do G7. O vazamento gerou profundos desgastes com críticas contundentes do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ao relator, Renan Calheiros.
Se antes o texto previa um capítulo inteiro para descrever o crime de genocídio no direito brasileiro, o nome mal aparece na versão final.
O nome do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, continua do documento e é incluído no trecho que trata de fake news durante a pandemia. Os senadores retiraram imputações à empresa Belcher Farmacêutica, que possui relação com o deputado Ricardo Barros (PP-PR), ao pastor Silas Malafaia, ao secretário de Saúde Indígena Robson Santos da Silva, ao presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier, e ao sócio da Belcher Farmacêutica Emanuel Catori.