Edmilson Lucena
FALSIDADE IDEOLÓGICA?
Em março deste ano a Câmara Municipal de João Pessoa empenhou a importância de R$ 2 milhões para a agência RI Marketing Ltda, para cobertura das despesas com os serviços de produção de áudios e vídeos, além da divulgação das ações institucionais da Casa. A agência, como é do conhecimento geral, pertence ao radialista e publicitário Ruy Dantas. Só que A RI Marketing Ltda não existe mais desde 13 de janeiro de 2012, quando foi dado baixa de sua inscrição no CNPJ (03.316.180/0002-94) junto à Receita Federal. O mais grave: O empenho é para a RI, mas o CNPJ utilizado para recebimento dos recursos da Câmara de João Pessoa (03.316.180/0001-03) é da Sin Comunicação, também de propriedade de Ruy Dantas. Está sendo utilizado, portanto, o nome de uma empresa e o CNPJ de outra para recebimento de dinheiro público, caracterizando-se, no mínimo, crime de falsidade ideológica.
Esse imbróglio todo foi descoberto pelo sempre vigilante Ricardo Cesar Ferreira de Lima, funcionário efetivo da Câmara Municipal e um dos procuradores da Casa. Ele entende que a utilização do nome da RI Marketing Ltda para recebimento de pagamentos da CMJP é irregular. E vai mais longe, ao afirmar que pesquisou e descobriu que a prática de utilização de empresa baixada vem ocorrendo, em relação à Câmara de João Pessoa, desde 2016. Um abacaxi e tanto para ser descascado pela Mesa Diretora da Casa Napoleão Laureano.
Os documentos comprobatórios de tudo o que foi dito acima, estão com o colunista.
FAVORITO PARA PRESIDENTE
A propósito de Ricardo Cesar (ou Ricardo Talibã), o dito cujo vem sendo lembrado com frequência por colegas efetivos da Câmara de João Pessoa, como candidato à presidência da Associação dos Servidores da Casa. A justificativa é de que ele, sozinho, sem cargo ou mandato que lhe dê suporte, tem feito mais pelos servidores e pela própria instituição, do que a entidade lítero/recreativa. Se ele chegar lá – alguns rezam fervorosamente para que isto nunca aconteça – o “Cancão vai piar” no Legislativo Municipal. Eu é que não duvido!
PREFEITO POR DOIS DIAS
Mal deu para esquentar a cadeira. O presidente da Câmara de João Pessoa, Dinho Dowsley, ficou exatos dois dias como prefeito de João Pessoa, em substituição ao titular e ao vice, que viajaram à Europa e Brasília, respectivamente, em busca de coisas boas para a cidade e sua gente. O período foi curto, mas suficiente para Dinho Inspecionar obras, assinar ordem de serviço para pavimentação de ruas, entregar reformas em Mercado e Unidade Básica de Saúde. O poder é afrodisíaco, ou “a flor de zico”, como bem o diz uma conhecida mãe-de-santo da Torrelândia.
DESSINTONIZADOS
As câmaras municipais existem para fiscalizar os atos do Poder Executivo. Se esse é o princípio legal previsto constitucionalmente, na prática, em boa parte dos municípios brasileiros, tal prerrogativa é quase que uma letra morta. Explica-se: não é de hoje que os vereadores deixaram de lado o papel para o qual foram eleitos para servirem de meros instrumentos para referendar os atos, projetos e mensagens encaminhados pelos prefeitos que administram as cidades, via de regra, com maioria nos legislativos. Enquanto a capacidade de fiscalização virou quase que uma mera formalidade, os vereadores acabaram se transformando em autênticos assistentes sociais dos bairros, intermediando pedidos para recuperação de ruas, corte de mato e troca de lâmpadas, entre os principais. Essa função, que em essência não é a principal atribuição de um vereador, é defendida por alguns sob a justificativa de que, afinal de contas, estão fazendo algo pela comunidade.
CAGANDO E MELANDO O RABO (feito boi)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse esta semana na Paraíba que o governo federal pretende liberar o uso de máscaras até o Natal e que “vai trabalhar firmemente para ter um Natal sem máscaras”. Quanta babaquice e puxa-saquismo. Natal sem máscara para os dois, você e seu chefe, ministro! Eu e as pessoas de bom senso continuaremos mascarados e formando uma barreira firme e forte contra a propagação do coronavírus.
PROMISCUIDADE NO JORNALISMO
Existe uma promiscuidade e uma fronteira perigosa entre política e jornalismo porque, por vezes, a política disfarça-se de jornalismo. Muitos jornalistas passam a fronteira que devem ter em relação à classe política. Como alguém já disse, “o jornalismo não é uma profissão isenta de defeitos e, muitas vezes, o seu principal defeito é a falta de isenção”. Os políticos têm uma opinião redutora da classe jornalística: “bom jornalista é o que fala bem de mim e mau o que fala bem do meu adversário” e a notícia é a forma mais mediática de fazer política. Tirando o jornalismo regional, que por falta de meios econômicos é um jornalismo pontual e fechado, com um espírito crítico destinado apenas à região e aos seus caciques, o chamado jornalismo nacional é um jornalismo de causas, manipulador de opiniões e controlador de massas.