RIO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança na disputa à Presidência em 2022, com 45% de intenção de voto, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira. Ele vence em todos os cenários já no primeiro turno. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, está com 23%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 6 de fevereiro e entrevistou 2 mil pessoas, sendo todos eleitores com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiabilidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE.
O levantamento mostrou uma estabilidade tanto na avaliação do governo, como nas intenções de voto, praticamente repetindo os patamares do último levantamento feito no mês passado. A pesquisa estimulada apresentou quatro cenários eleitorais. Em todos eles Lula vence em primeiro turno por ter mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os nulos).
A novidade foi a melhora de Ciro Gomes (PDT) que flutuou para cima, e Sergio Moro (Podemos) que teve variação para baixo. Eles aparecem empatados com 7% das intenções de voto. O governador de São Paulo João Doria (PSDB) está com 2%, empatado numericamente com André Janones (Avante). A senadora Simone Tebet (MDB) está com 1%. Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D´Avila não pontuaram. Brancos e nulos somam 8%, e indecisos, 5%.
Em uma eventual disputa pelo segundo turno, Lula venceria a disputa em todos os cenários, segundo a Genial/Quaest. Na disputa contra Bolsonaro, ficaria com 54% ante os 30% do atual presidente. Se for Moro, fica com 52% contra 28%. Ciro, 51% ante 24%. No caso de Doria, Lula chegaria a 55% contra 16% do tucano. E se o adversário for André Janones, chega a 56% contra 14%.
Na pesquisa de intenção espontânea, 48% dos eleitores ainda apontam estarem indecisos. 28% dizem votar em Lula, contra 16% de Bolsonaro e 4% de outros candidatos.
Lula e Bolsonaro são os candidatos com os votos mais bem consolidados. 74% dos eleitores do petista dizem que a escolha do voto no primeiro turno já é definitiva, contra 65% dos que votam no atual presidente. Já em relação aos outros candidatos, a maior parte diz que ainda pode mudar de voto.
Segundo o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, esses dados mostram que Bolsonaro continua como um candidato competitivo. Além disso, sua estabilidade nas últimas pesquisas diminui as chances de um candidato da terceira via despontar.
“Embora tenha um governo mal avaliado, Bolsonaro continua na disputa do segunto turno contra Lula. Ambos tem eleitorados fiéis, numerosos e engajados”, analisou Nunes em publicação no Twitter.
Apesar da demanda por uma opção aos dois favoritos continuar alta – em torno de 25% dos pesquisados – ele aponta dois fatores que impedem um cenário diferente do da polarização. O primeiro é a presença de muitos candidatos (sete), sendo que só existe espaço uma chapa competitiva que aglutine essas intenções de voto.
“Segundo, os eleitores de Bolsonaro e Lula estão muito mais decididos do que os de Ciro, Doria e Moro. Ou seja, ainda pode haver um voto útil de Moro para Bolsonaro e de Ciro para Lula já no primeiro turno; sugerindo que vai ficando mais difícil para a terceira via se viabilizar”, completou o diretor da Quaest.
Pesquisas por região e renda
Nos recortes por região do país, Lula lidera a corrida pela presidência com folga no Nordeste (61%), Sudeste (40%), Norte (39%) e Sul (38%). Apenas no Centro-oeste há um empate técnico com Bolsonaro, com o petista marcando 32% das intenções e o atual presidente, 31%. Ciro tem seu melhor percentual no Nordeste, com 8%; enquanto Moro vai melhor no Sul, com 13%.
Na pesquisa por renda familiar, Lula tem seu melhor desempenho entre famílias com renda de até dois salários mínimos, onde fica com 55% das intençoes frente apenas 16% de Bolsonaro. Já no grupo que recebe mais de cinco salários mínimos eles aparecem empatados com 31%. Ciro e Moro também aparecem com mais intenções nas famílias de maior poder aquisitivo.
Avaliação de Bolsonaro
Em relação aos últimos levantamentos de janeiro e dezembro, não houve grande variação na média da rejeição contra o governo Bolsonaro, que está em 51%. Nas regiões Norte e Nordeste a avaliação negativa do presidente teve um crescimento expressivo, subindo no último mês, respectivamente, de 42% a 48% e de 56% a 61%.
Por outro lado, a percepção sobre o governo melhorou na região Centro-Oeste, onde a rejeição caiu de 48% para 42%; e Sudeste, onde variou de 49% para 47%. Já na região Sul a avaliação se manteve estável com o patamar de 49% de avaliação negativa.
Além da má avaliação de Bolsonaro, a pesquisa mostra que governo frustra a expectativa de 53% que acreditam que seu mandato está pior do que eles esperavam. A base de eleitores que consideram o governo “melhor do que esperavam” não chega a 20%.
No desempenho do governo por área, 80% desaprovam o jeito de Bolsonaro lidar com a inflação; 65% a forma de lidar com a pandemi;, 62% o combate a corrupção; e 61% desaprovam o trabalho de redução da violência.