MDB desiste de federação com PSDB e União Brasil, segundo o presidente Baleia Rossi


O MDB não vai participar de federação com nenhum partido em 2022. A decisão foi anunciada pelo presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), em comunicado dirigido aos diretórios estaduais da legenda. “Para dar segurança para cada presidente na sua estratégia de fortalecimento do partido é importante salientar que não teremos federação com nenhum outro partido”, declarou.

Segundo ele, o objetivo é alinhar a estratégia do partido durante o período da janela partidária, que começou ontem (3), e vai até o dia 2 de abril. O intervalo serve para que deputados federais, estaduais e vereadores possam trocar de sigla sem correrem o risco de perderem o mandato por infidelidade partidária.

“Temos que ficar atentos para a possível filiação de deputados que possam reforçar nosso partido e também atenção para a possibilidade de perdermos deputados para outras siglas”, afirmou Baleia.

De acordo com o dirigente, a meta para a eleição de 2022 é eleger 50 deputados federais e manter o partido como maior bancada do Senado. Tradicionalmente, o MDB disputava com o PT o posto de maior partido da Câmara, mas em 2018 sofreu um encolhimento e hoje é a sexta maior, com 34 deputados.

No comunicado, o emedebista também ressaltou que, mesmo sem federação, o diálogo com os partidos da terceira via, grupo alternativo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), continuam.

Candidatura única
Em fevereiro, junto com os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do União Brasil, Luciano Bivar, Baleia firmou um compromisso de tentar construir uma candidatura única das três legendas. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), são opções do grupo.

“Estamos trabalhando no fortalecimento da nossa pré candidata à presidência, senadora Simone Tebet, para que ganhe nos próximos meses musculatura para esse grande desafio. Continuamos o diálogo com outros partidos do centro democrático que compartilham do desejo de apresentar uma candidatura alternativa para o país”, declarou o presidente do MDB.

A federação, nova regra que será aplicada a partir deste ano, determina que os partidos adotem a mesma posição nas alianças nacionais, estaduais e municipais para as eleições para o Executivo e o Legislativo. A duração é de no mínimo quatro anos. O instrumento foi feito para compensar a falta das coligações nas eleições proporcionais e permitir uma sobrevida aos partidos ameaçadas pela cláusula de desempenho.

MDB e PSDB são rivais em muitos locais, como no Distrito Federal, onde os tucanos fazem oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB), e em Alagoas, onde o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) é opositor do governador Renan Filho (MDB-AL).

Além disso, caciques do MDB no Nordeste já admitem apoiar o Lula no primeiro turno. Os senadores Renan Calheiros (AL), Veneziano Vital do Rego (PB), Jader Barbalho (PA) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE) planejam se reunir com o petista nas próximas semanas. O apoio ao ex-presidente e rejeitado pela maioria do PSDB e do União Brasil.

Em conversas reservadas, Renan inclusive já admitiu a possibilidade de articular para que a convenção do MDB não homologue o nome de Tebet como candidata do partido. O senador usa como argumento um precedente da própria legenda, que decidiu, em 2006, não validar a candidatura presidencial do ex-governador do Rio Anthony Garotinho (hoje no PROS). Assim como Tebet, Doria sofre resistência interna e uma ala do PSDB pressiona para que ele não concorra a presidente.

Também presidenciável da terceira via, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) está fora do esforço conjunto para unificar as candidaturas. O ex-ministro da Justiça conversou há duas semanas com importantes integrantes do MDB, como Simone Tebet e o ex-presidente Michel Temer. De Tebet, Moro ouviu um conselho para que se esforce mais na tentativa de integrar os debates com os três partidos. Apesar disso, a visão de dirigentes emedebistas em conversas reservadas, como o próprio presidente da legenda, Baleia Rossi, é a de que Moro tende a não ser incluído nas conversas porque resiste a abrir mão de ser candidato.

No dia 22 de fevereiro, durante evento do BTG Pactual, Moro disse que “não faz sentido abdicar da pré-candidatura se ela tem o maior potencial para vencer extremos”.

O Fuxiqueiro com Estadão

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