A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) apresentou, ontem (22), o polêmico programa Future-se, proposto pelo Ministério da Educação, sob gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para setores da esquerda, o projeto representa o “desmonte” das universidades públicas e a “entrega” delas para a iniciativa privada.
A apresentação do projeto, que ocorreria no auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), foi transferida para o Centro de Vivências, para comportar o grande número de pessoas que estiveram na assembleia universitária. Detalhado através de slides produzidos pela reitoria, o projeto foi alvo majoritariamente de críticas pelas pessoas que discursaram: o presidente da Associação dos Docentes da UFPB, Cristiano Bonneau; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba, Geralda Vítor; e a deputada estadual Cida Ramos (PSB) foram algumas das pessoas a se posicionarem contra.
Outra liderança, que não discursou, mas já se posicionou contra o projeto foi o ex-candidato a governador e atual presidente do PSOL na Paraíba, Tárcio Teixeira. Ele disse que o Future-se, apelidado de “Fature” por alguns movimentos sociais, representa perda de autonomia das universidades.
De acordo com a propaganda do Governo Federal, o programa visa dar “sustentabilidade financeira” às instituições. A minuta do projeto altera 17 trechos da lei em vigor atualmente, alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; o Plano de Carreiras e Cargos do Magistério Federal; a lei que trata dos fundos constitucionais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; as regras para isenção tributária de importações e as regras de deduções do imposto de renda.
O grande porém, que tem incomodado os setores contrários à proposta, é o trecho do projeto que “obriga” a Universidade que aderiu ao projeto a trabalhar com uma Organização Social escolhida pelo próprio MEC.