Setor de internação do hospital afirmou que não há nenhum paciente com o nome do ex-presidente. Foi preciso soletrar o sobrenome de Bolsonaro para a confirmação
Ana Mendonça
O jornal Estado de Minas entrou em contato com o hospital que negou qualquer internação com o nome do ex-presidente brasileiro
O hospital Florida AdventHealth Celebration, nos Estados Unidos, negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro esteja internado no local. A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o centro de saúde próximo a Orlando, no estado da Flórida.
Ao EM, o setor de internação do hospital afirmou que não há nenhum paciente com o nome do ex-presidente brasileiro. Foi preciso soletrar o sobrenome de Bolsonaro para a confirmação.
O AdventHealth Celebration é um hospital de cuidados intensivos em Celebration, na Flórida. A unidade de cuidados intensivos tem apenas 220 leitos e atende aos visitantes do Walt Disney World. Em alguns sites, ele é vendido como “spa”.
Michelle Bolsonaro
Mais cedo, a ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, pediu orações ao ex-presidente em publicação no Instagram.
“Meus queridos, venho informar que o meu marido Jair Bolsonaro se encontra em observação no hospital em razão de um desconforto abdominal decorrente das sequelas da facada que levou em 2018. Estaremos em oração pela saúde dele e pelo Brasil”.
O atendimento ao ex-presidente citado por Michelle ocorre um dia depois da invasão de seus apoiadores ao Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-chefe do Executivo levou uma facada durante a campanha presidencial em 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde então, ele foi hospitalizado diversas vezes por causa de dores abdominais. Seu agressor, Adélio Bispo, encontra-se preso há mais de quatro anos.
A internação anterior do ex-presidente foi em novembro de 2022. Em janeiro e março do ano passado, ele também precisou lidar com o mesmo problema. Em diversos discursos, Bolsonaro diz que não se recuperou totalmente do atentado.
Atos antidemocráticos
Os atos antidemocráticos protagonizados por bolsonaristas radicais em Brasília nesse domingo (8) resultaram na detenção de cerca de 1.200 pessoas no quartel-general do Exército e no desmonte de acampamentos na capital federal.
Uma multidão vestida de verde e amarelo furou o bloqueio de policiais e correu em direção aos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
Os vândalos quebraram vidraças, mobílias e equipamentos como computadores, impressoras, televisores e câmeras. Nem mesmo um quadro de autoria do pintor Di Cavalcanti e um vitral da artista plástica Marianne Peretti escaparam da ação. Vídeos dos próprios presentes no tumulto mostraram os rastros de destruição ao patrimônio público.
Os eleitores extremistas de Bolsonaro não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na votação do dia 30 de outubro de 2022 e pedem intervenção do Exército.
Para garantir o respeito à democracia e à lei, Lula decretou intervenção federal nas forças de segurança de Brasília até o dia 31 de janeiro. Já o ministro do STF, Alexandre de Moraes, afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) quer que Bolsonaro seja considerado foragido da Justiça do Brasil e retorne dos EUA ao país para prestar esclarecimentos, sob pena de ser preso preventivamente caso se recuse a depor às autoridades.