Encontro foi marcado de última hora e tem participação de Rui Costa, ministro da Casa Civil; atuação de Alexandre Padilha, titular das Relações Institucionais e responsável pelas negociações com o Congresso, é alvo de críticas
Estadão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido na manhã desta terça-feira, 2, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apurou o Estadão. O encontro ocorre em meio às críticas de Lira em relação à articulação do governo federal com o Congresso, sob responsabilidade do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O desconforto em relação à falta de comando do governo já havia sido noticiado pelo Estadão/Broadcast. Apesar de os deputados destacarem o bom diálogo e a boa vontade estabelecidos por Padilha, e pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães, há a ausência de comando, segundo relatos. Na avaliação de líderes, falta alguém com poder decisório e há insatisfação por causa da demora na entrega dos pleitos, como pagamento de emendas e distribuição de cargos regionais.
Em entrevista ao jornal O Globo divulgada no domingo, 30, Lira declarou que Padilha estaria tendo dificuldades na articulação com o Congresso. “Um sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades. Não tem se refletido em uma relação de satisfação boa. Talvez a turma precise descentralizar mais, confiar mais. Se você centraliza, prende muito”, disse.
O encontro de Lula e Lira ocorre no Palácio da Alvorada e fora da agenda. De acordo com a agenda oficial da presidência da República, divulgada na noite de segunda-feira, 1º, o primeiro compromisso do chefe do Executivo seria às 10h, com Padilha e Costa, no Palácio do Planalto.
O PL 2630 das Fake News, um dos principais temas de interesse tanto do governo quanto de Lira na atual agenda de votações da Câmara, também deve ser debatido no encontro. O presidente da Câmara já sinalizou que deve adiar a votação prevista originalmente para esta terça-feira, 2. Ele ainda terá uma reunião com os líderes dos partidos na Casa para acertar detalhes da última versão do texto, eventuais novas alterações e fechar os cálculos para adiar ou não a análise do texto em plenário. Ministros de Lula, como Flávio Dino, da Justiça, e Ricardo Cappelli, interino no Gabinete de Segurança Institucional, têm reforçado a campanha pela aprovação do projeto.