A apuração parcial das eleições presidenciais da Argentina indica que Sergio Tomas Massa está à frente de Javier Gerardo Milei. Até por volta das 21h40, 84,6% das urnas haviam sido apuradas.
O que aconteceu
Sergio Tomas Massa, candidato do Union por La Patria, lidera a disputa, com 36,19% dos votos. Javier Gerardo Milei, do La Libertad Avanza, tem 30,27%. Se esses números permanecerem, haverá segundo turno, em 19 de novembro.
Nas primárias argentinas, realizadas em agosto, a chapa de Milei havia conquistado o primeiro lugar; seguida das de Bullrich e Massa.
A votação presidencial começou as 8h de hoje. No sistema argentino, os eleitores depositam cédulas de papel com seu voto em urnas espalhadas por todo o país.
A imprensa argentina noticiou uma ameaça de bomba na Casa Rosada, por volta das 17h30 deste domingo. A Polícia Federal e o esquadrão antibombas estiveram no local para inspeção, mas não encontraram artefatos explosivos.
Quem são os candidatos
Sergio Massa
Massa assumiu o Ministério da Economia há um ano, em um dos piores momentos da prolongada crise — hoje, os argentinos vivem atormentados por uma inflação de 138,8%, na leitura anual.
Antes, Massa era o presidente da Câmara dos Deputados da Argentina. Ele é advogado e tem 51 anos.
É o candidato peronista, de centro-esquerda, do União pela Pátria. Em 2013, criou o Frente Renovador (Frente Renovadora), um partido de centro como alternativa a Cristina Kirchner (atual vice-presidente), de quem foi chefe de gabinete entre 2008 e 2009.
Apesar desse rompimento com Kirchner, hoje ele faz parte do governo de esquerda de Alberto Fernández.
Em 2015, chegou a ser candidato à presidência na Argentina. Filho de imigrantes italianos, o político cresceu na periferia de Buenos Aires.
Javier Milei
Milei venceu as eleições primárias com o discurso de que os políticos devem ser “chutados na bunda”. O economista de extrema direita tem 52 anos e representa o partido La Libertad Avanza.
Ele foi eleito deputado federal em 2021 e ficou conhecido por participações em talk shows.
O economista se declara “anarcocapitalista”, corrente ultraliberal que defende privatizações e ausência do Estado. Uma de suas propostas polêmicas é dolarizar a economia e abandonar o desvalorizado peso argentino.
Milei disse que vai “dinamitar” o Banco Central e defende a privatização dos sistemas de saúde e de educação. Seu propósito é a redução da máquina pública.
Afirma ser um admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL) e propõe facilitar a posse de armas de fogo para a população.
Já chamou as mudanças climáticas de “farsas da esquerda”. É a favor do casamento gay, contra o aborto — prática legalizada na Argentina em 2020 — e classifica a educação sexual como uma manobra para destruir a família.