A Polícia Federal vai investigar a divulgação de fake news sobre ações dos governos federal, estaduais e municipais nas enchentes do Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (7), o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, encaminhou ofício ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, solicitando a apuração de ilícitos.
— Eu estou indignado mesmo. Acho que é uma sacanagem. Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir. As pessoas colocando a vida em risco para salvar as pessoas. Enquanto isso, há uma indústria de fake news alimentada por parlamentares, por influencers, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que está sendo feito para salvar vidas — afirmou Pimenta.
No ofício, o ministro ainda lista de nomes de influenciadores digitais, de contas em redes sociais e postagens na internet que vêm disseminando informações falsas sobre o trabalho de resgate de pessoas e sobre a recuperação dos estragos no Estado. Segundo o ministro, há “narrativas desinformativas e criminosas” que causam impacto no aprofundamento da crise social vivida pela população gaúcha.
“Os conteúdos afirmam que o Governo Federal não estaria ajudando a população, de que a FAB (Força Aérea Brasileira) não teria agilidade e que o Exército e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) estariam impedindo caminhões de auxílio. Destaco com preocupação o impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, FAB, PRF e ministérios, que são cruciais na resposta a emergências”, diz o ofício.
Ainda conforme Pimenta, a propagação de notícias falsas pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do estado e prejudicar os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos.
— É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises — finaliza.
De acordo com o Ministério da Justiça, a investigação irá apurar ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação e individualização de condutas. Em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), serão acionados órgãos competentes para ações judiciais de responsabilização dos culpados.