PORQUE HOJE É SÁBADO


1 – Conta-me um colega jornalista que, quando trabalhou na TV Assembleia, gravou um especial com o médico Fernando Cunha Lima. Foi, na verdade, uma entrevista com ele e mais dois poetas que vieram do Mato Grosso do Sul visitar a Paraíba. Um detalhe: O presidente da Assembleia, na época, era Artur Cunha Lima, irmão de Fernando. A matéria foi ao ar e deve estar guardada nos arquivos da TV.

2 – João Pessoa tem um Bar da Buchada. Não sei onde fica, mas é frequentado por gente de bom gosto. Conheci um faz muito tempo e era igualmente frequentado por gente refinada e apreciadora do que era bom. Ficava em Oitizeiro, perto do sinal. A gente saía das redações e, depois de uma passagem pelo Bar da API de Moura, terminava a andança etílica no dito bar.

3 – A buchada era tão saborosa que muitos levavam os quitutes para casa. Serviam para amaciar o humor das consortes e encher buchos famintos.

4 – Até que um dia foi descoberto o segredo que fazia a buchada de Oitizeiro ser tão saborosa: o dono do bar servia buchada de cachorro em vez de buchada de bode.

5 – Mas se o amigo não gostar de buchada, recomendo a galinha de Dona Noêmia, na chegada de Jacumã. É um sítio cheio de árvores frondosas, mangueiras enormes e, espalhadas sob as sombras, mesas e cadeiras onde os fregueses saboreiam a galinha com feijão verde e cuscuz e ainda têm o prazer de serem beliscados por galinhas, frangos e pintos que pastam a céu aberto.

6 – Comecei a falar de bares no Facebook pelo Grande Ponto de Seu João e os amigos continuaram: Bar da Xoxota, da Bunda e do Meu Cacete (Dida Fialho), Bar do Zé (Alfredo Sá), Bar da API com organização do meu pai Moura (Barnei Monteiro), Luzeirinho e Bar do Grego (Ubirajara Formiga), Bar da Fava, por trás da Embratel(Toinho Fernandes), Bar do Ibraim na 13 de Maio, onde servia copo de cachaça para os que, como eu, não tinham dinheiro para pagar uma garrafa de Maribondo ou Engenho do Meio. E a fava? A melhor do planeta. Sim, e o Bar do Marcão, na Rua da Areia (Zé Euflávio).

7 – Continuando: Bar do Alemão, em Jaguaribe (Gilvandro César), Bar do Necrotério em frente ao Ponto Socorro (Francisco Pedrosa Gomes), Travessia (Nadjla Catão), Bar do Zé em Jaguaribe (Durval Lira), Drive In, na Epitácio Pessoa (Pedro Limeira), Toca do Coelho (Marcos Ramalho), Bar do Gera, Bar de Luizinho, Bar do Peixe e Bar do Bode em Princesa (Neto Caitano), Bar da Galega, por trás da Capitania dos Portos, onde tinha a maior concentração de raparigas por metro quadrado do planeta. O Doutor Wilson Pessoa da Cunha tinha mesa cativa e muitas outras autoridades. Mas, diga-se a verdade, era um ambiente de respeito, tinha regras até um certo ponto (Zé Euflávio de novo).

8 – E haja Bar: Bar de Dona Cuiquinha ao lado da Faculdade de Direito. Matou muitos funcionários da Assembleia de cirrose.Quando morria, ela perdoava o fiado. O famoso Guarda Chuva foi um deles (Chico Pinto), Bar do Grego, na Barão do Abhihay, anos 70. Bisteca e fava com aguardente Carnguejo e uma Brahma gelada. E o tempo não volta mais (Deijaci Araújo), Bodega de Gero, bairro da Torre(José Pinheiro).

9 – Leila Oliveira, nossa companheira de API e de farras, ficou roendo com esse assunto de bares, principalmente quando eu falei do Grande Ponto de Seu João: “Afe. Tião, vai logo do meu ponto de encontro com Pedro Moreira. Morava bem pertinho”.

10 – Rezando para que acabe logo as Olimpiadas e os rapazes e moças da Globo desfaçam, finalmente, aquele sorriso forçado que abrem para falar dos nossos heróis atletas. Que coisa mais sádica!

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Edson Vidigal Filho, Marcos Maivado Marinho, Ademar Nonato, Zé Alan Abrantes, Eilzo Matos, Zezinho do Botafogo, Leovegildo Raimundo, Genivaldo Fausto, Nélio Leite, Biu da Câmara, Jorge do Detran, Antônio Malvino, Cardivando de Oliveira, Sílvio Carlos, Jackson Bandeira, Marcone Formiga, Sales Gaudêncio, Peninha da Emater, Bigu de Jacumã, Otacílio Trajano, Zekas da Pousada e Gilson da Moto.

12 – Adquiri num sebo da Pedro II um livrinho de bolso escrito por Juarez Fonseca mostrando a face humorística de Mário Quintana. Uma delícia de livro. Reúne quase 200 historinhas bem-humoradas vivenciadas pelo poeta. Eis uma delas:

“Em certa época, Mário Quintana e Athos Damasceno Ferreira moravam na Rua do Rosário, atual Vigário José Inácio, em Porto Alegre. E um provocava o outro, se dizendo “ melhor poeta da rua”. Até o dia em que Quintana chegou para Athos e concedeu:

– Olha, cheguei à conclusão de que tu és o melhor poeta da Rua do Rosário.

Athos ficou sério, e em seguida elogiou a honestidade e a humildade do poeta rival.

– Não é nada disso – debochou Quintana – é que acabo de me mudar para a Riachuelo.

Site Footer

Sliding Sidebar

O Fuxiqueiro – Todos os direitos reservados.