PORQUE HOJE É SÁBADO


1 – Era uma campanha acirrada, como acirradas foram e continuam sendo as de Princesa Isabel. O candidato a vereador Marçal de Sulina discursava no bairro do Cruzeiro:

– Me censuram porque dou as coisas ao povo. Vou continuar dando. É só pedir e eu pei dou. Como já pediram e eu pei dei. E depois da eleição, se alguém me pedir eu pei darei.

2 – Candidato a vice-governador de Lúcia Braga, Marcus Odilon viajava com sua equipe para o sertão, quando, beirando a meia noite, mandou parar o carro no acostamento, desceu e ordenou:

– Dona fulana, vamos mijar!

Meia hora depois os dois voltaram ajeitando as roupas, entraram no carro, recomeçaram a viagem e Odilon, esfregando as mãos todo satisfeito, confessou:

– Cavalheiro, não existe coisa melhor do que trepar na capoeira!

3 – Incomodado com o surgimento de um jovem poeta, deputado estadual, que fazia discursos em versos para o senador Argemiro de Figueiredo, que era candidato a prefeito, Severino Cabral avisou aos assessores que ia discursar versejando naquela noite em São José da Mata.

E discursou:

“Povo de São José da Mata

Mata de São José

Ou São José me mata

Ou eu mato São José.”

4 – Wilson Braga participava da inauguração de um grupo escolar em Itaporanga. O prefeito, num discurso altamente bajulatório, afirmava:

– Wilson Braga trouxe pra nós o “pogresso”. Tudo que nós temos sai dos zóios do gunvernador.

Um bêbado, do meio da plateia, bradou:

– Então tamos fudido, o homem é cego!

5 – Encontrando o velho amigo Manoel Gonçalves, logo após um comício em Sousa, João Agripino perguntou como ele ia.

-Estou muito bem, governador. Aliás, estou ótimo.

– Como ótimo se estás morto da cintura pra baixo, Manoel!

6 – Em 2004, o popular Zeca Boca de Bacia candidatou-se a vereador e, ao encontrar Ronaldo Cunha Lima, anunciou:

– Poeta, sou candidato a vereador e quero contar com o senhor.

– Pois não, Zeca, o que é que tá faltando? – indagou Ronaldo.

E Zeca:

– Eu quero seu apoio, poeta.

Ronaldo entregou a bengala que usava para caminhar, avisando:

– Tá aqui o meu apoio, Zeca! Vá em frente!

7 – O governador Ernani Sátyro recebeu em audiência um prefeito do interior.

Avisado pelo chefe de gabinete que era pra ir direto ao assunto, o prefeito foi logo dizendo:

– Vim tratar de dois assuntos. Eu sei que o senhor é objetivo e prático…

O governador o interrompeu:

– Muito bem, amigo velho, diga então qual o segundo assunto.

8 – Seu Chico Pereira estava no palanque quando surpreendeu a assessoria de campanha com uma afirmação inusitada: “Aqui em Pombal eu e Paulo Pereira formamos um trio…” O estudante Vicente Cassimiro, pressuroso, soprou corrigindo:

– É dupla, Seu Chico. Trio são três.

Respondeu o deputado:

– Que besteira! Trem não anda em trio e não é de dois?”

9 – O governador Pedro Gondim estava irritado com o secretário Robson Espínola, por motivos políticos. Logo cedinho mandou chamá-lo ao seu gabinete. Queria descarregar no auxiliar toda a fúria que tinha guardado a noite inteira.

Quando Robson entrou, Pedro estava em pé, bufando pelas narinas. O secretário notou logo o mau humor do governador, e conseguiu desarmá-lo de uma maneira que sabia infalível:

– Pedro, sua gravata está linda, onde comprou?

10 – Ruy Carneiro, patriarca do PSD da Paraíba e senador do MDB, não faltava ano nenhum à procissão de Santo Antônio, em Piancó.E pegava na frente o andor do padroeiro. Um ano qualquer o deputado Antônio Montenegro estava lá, quis carregar também o andor, mas as quatro pontas já estavam ocupadas.

Chamou o padre:

– Reverendo, eu queria pelo menos que o senhor deixasse eu ir perto da banda de música. Longe do poder é que não posso ficar.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Romualdo dos Correios, Fábio Mozart, Richomer Barros, Severino Barros, Promotor Aluizio, Eduardo Mayer, Sérgio de Monteiro, Alisson Filgueiras, Valdemir Azevedo, Marcos Azevedo, Pedro Cirne, Oliveira de Panelas, Rena Bezerra, Tadeu Florencio, Marcos Burrego, Gaudêncio Cabral, Edmilson Soares, João Alves e Fernando Milanez Neto.

12 – Aboletado na porta da Assembleia, Edvaldo Motta foi interpelado por uma eleitora do deputado Juracy Palhano, que desejava saber do seu paradeiro. Sem se levantar, Edvaldo apontou:

– A senhora está vendo aquela porta de alumínio? Pois é lá a sala dele. Agora tem uma coisa: bata com muita força, porque senão ele não escuta.

Era o elevador do prédio

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