EDMILSON LUCENA – O tema não é novo, mas nunca deixou de ser atual. Em toda a Paraíba, este ano, a traição será o mote da eleição. Faz parte do jogo e, infelizmente, é jogado pela maioria. Em política, a traição é um recurso tão aceitável quanto a aliança, que nesse complexo de interesses, onde se exclui a honestidade e o interesse público, a traição é uma questão de tempo.
A política, como em nenhuma outra atividade, no sentido da luta pelo poder, implica tanta disposição a trair. Maquiavel situou a traição dentro da “virtú” política, que pouco tem a ver com a moral e com o ódio. As traições ocorrem dentro de um mesmo grupo político. Não se trata de se passar ao inimigo, mas de trair o amigo, o companheiro, dentro do próprio grupo.
Em regra, os traidores são pessoas medíocres, oportunistas e arranjistas, em busca de vantagens ilícitas. Na política, entretanto, a traição exige inteligência. E inteligência, nesse sentido, é o que não falta em todos os partidos políticos com representação no nosso Estado.