Candidato acostumado a mandar buscar maletas de dinheiro na construtora de doutor Chiquim do Michila, hoje amarga a nova realidade eleitoral: o dinheiro da corrupção está guardado a sete chaves, com medo de botar a cabeça de fora e ter o mesmo dinheiro das maletas recheadas de reais do homem da Bahia.
Agora é na vaquinha, e olhe lá.
As doações estão magras, quase inexistentes.
Soube que meu amigo Bicudo Massaroca foi doar 50 centavos mas recuou porque não quiseram lhe dar o troco.
Ele entregou uma nota de dois reais e o caixa lamentou a falta de dinheiro trocado.
-Vai roubar outro! -, gritou Bicudo, recolhendo sua cédula e partindo célere para a budega de Bosco de Licinha para empregar o dinheiro em algo mais produtivo.
A coisa anda feia. E feias são as caras dos outrora sorridentes mancebos eleitorais.
A exceção fica por conta dos donos de legendas, que receberam o dinheiro do fundo e pretendem enterrá-lo bem fundo, lá no fundo misterioso da botija.
Esses continuam a sorrir, a gargalhar e a calcular quantos votos terão.
Existe um, mais sujo do que pau de galinheiro, mais denunciado do que o destruidor de carros fortes, que estufa o peito e avalia uma votação record. Diz a quem lhe pergunta e a quem não quer saber que será o mais votado no Estado nessas zinleições.
E eu não duvido nada.
O eleitor costuma ser indulgente com os homens da política, principalmente com os sonsos.