A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) lançou nesta quarta-feira (10) uma campanha de conscientização e recomendação para que a população não acenda fogueiras durante os festejos juninos. O objetivo da ação é evitar a proliferação da Covid-19. O presidente da ALPB, Adriano Galdino, também apresentou o projeto de resolução 1.871/2020, que dispõe sobre a proibição de acender fogueiras em espaços urbanos enquanto perdurar a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
A campanha será realizada através das redes sociais da ALPB. Adriano Galdino considera importante a colaboração dos paraibanos, uma vez que a fogueira no mês de junho é tradicional para o Nordeste, que festeja os dias dos santos Pedro, Antônio e João. “A razão principal dessas ações é a pandemia provocada pelo coronavírus, que afeta justamente o sistema respiratório-pulmonar. Médicos entendem que a fumaça oriunda das fogueiras pode agravar ainda mais a doença”, explicou.
“Também é necessário buscar medidas e conscientizar nosso povo para que visem evitar complicações respiratórias provocadas pela fumaça em pessoas com asma ou com outros problemas de saúde. Além disso, temos que evitar as tradicionais aglomerações do período junino, para fins de preservar ao máximo os leitos de hospitais das redes públicas e privadas”, acrescentou Galdino.
A diretora do Departamento de Saúde e Assistência Social da ALPB, a médica Dayse Queiroga, afirmou que a dificuldade respiratória provocada pela fumaça pode funcionar como uma porta de entrada para diversas infecções, como o coronavírus. Outro fator é que quem está se recuperando da Covid-19 não pode ter contato com a fumaça, pois tende agravar a doença.
“É importante a proibição das fogueiras, pois quando você acende naturalmente lança muita fumaça no ar, que possui agentes tóxicos e inflamatórios, que prejudicam a saúde e pode levar a uma série de consequências. Pessoas que sofrem com asma, renites, alergias respiratórias sempre pioram nesse período. Estamos em um momento de pandemia, em que temos um vírus que causa problemas, e que em muitos casos compromete o pulmão. Além disso, não podemos ter uma sobrecarga no sistema de saúde, já que a demanda tem sido grande por causa do coronavírus”, disse a médica.
Adriano Galdino ressaltou que é uma medida excepcional, que vai ao encontro do posicionamento do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que expediu, recentemente, recomendação à Prefeitura de Campina Grande para que proíba as fogueiras e fogos juninos.
Os deputados estão empenhados em aderir à campanha e buscar formas de conscientizar a população, mas se preocupam com a fiscalização. Pensando nisso, a Casa deve apreciar, nos próximos dias, o projeto que pretende proibir fogueiras em espaços urbanos. O não cumprimento desta lei implicará ao infrator a imposição de multas por parte dos órgãos públicos competentes, no valor de 10 (dez) UFR-PB, aplicada em dobro em caso de reincidência.