Os cemitérios públicos de João Pessoa estão com 100% de ocupação por causa do crescente número de mortes de pessoas vítimas de Covid-19 e a Prefeitura da capital aponta o colapso da rede caso os números continuem a subir. De acordo com um levantamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa (Sedurb), só nos 22 primeiros dias de março, foram realizados 202 sepultamentos, 34 a mais do que a soma dos meses de janeiro e fevereiro de 2021, quando foram 80 e 88 sepultamentos, respectivamente.
“A situação é complicada e é uma reação em cadeia. Há este aumento significativo de janeiro para cá e com mais mortes diárias, os hospitais não conseguem ficar com os corpos e acabam fazendo pressão nas funerárias, que, por sua vez, fazem pressão nos cemitérios públicos e nos privados”, diz o chefe de gabinete da Sedurb Eduardo Pedrosa.
Segundo Eduardo, o aumento de casos e mortes na pandemia já era previsto pela prefeitura que, em janeiro, montou um plano de contingência para evitar que o sistema entrasse em colapso por superlotação.
“Este plano consiste em três etapas. Na primeira, aceleramos as exumações. Existe uma lei municipal que prevê que em dois anos, mediante autorização da família, é possível fazer a exumação do corpo no cemitério e colocar os restos mortais no ossuário. Diariamente estamos fazendo estas exumações para que novas vagas sejam abertas para os corpos que chegam, mas, digamos, se uma pessoa procura um túmulo novo, não existe no momento”, diz.
Conforme o chefe de gabinete, com o alto número de mortes em março, a prefeitura entrou na fase dois do plano de contingência. “Esta fase consiste em passar a usar os cemitérios privados para enterrar os corpos que seriam destinados a cemitérios públicos. Nós já começamos isso com um cemitério privado no bairro de Mangabeira”, explicou.
Ainda de acordo com Pedrosa, a prefeitura deve anunciar, ainda esta semana, a terceira fase do plano de contingência, que é a reforma e ampliação dos cemitérios Senhor da Boa Sentença, no Varadouro, e do Cristo.
“Estamos trabalhando incansavelmente nos cemitérios para não colapsar o sistema como aconteceu em outros estados em que foi preciso abrir covas coletivas para suprir a demanda, mas para não chegar neste ponto, é preciso que a população colabore, cumpra os decretos municipal e estadual, usem álcool em gel, máscara e também mantenham o distanciamento social, que é a única forma de conter a pandemia”, completa.
Com G1-PB