A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) está apoiando a 13ª edição do Auto dos Orixás, evento consolidado no calendário cultural da cidade e realizado pelo Ateliê Multicultural Elioenai Gomes, que traz como tema ‘O Sagrado nas Relações Humanas’. O Auto é um ato público anual de valorização e difusão das religiões de matriz africana na Paraíba e acontece na próxima segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, a partir das 19h, no Ponto de Cem Réis.
O diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, lembra que o mês de novembro é dedicado, em nível nacional, à celebração da consciência negra e ressalta que, para a equipe da Prefeitura, o processo de inclusão social e étnica deve ser construído no cotidiano e é o que vem sendo feito nas práticas em sua política de cultura.
“Temos um conjunto de ações que se esmeram no cuidado com as culturas de origem afro-brasileira, desde as nossas cotas, que fazemos questão de preservar em todos os nossos editais, aos prêmios que temos desenvolvido, como o Prêmio João Balula, o acolhimento que fazemos aos artistas pretas e pretos”, afirma.
Marcus Alves enumera que a equipe da Funjope realizou três feiras de artistas pretas e pretos; participa de forma ativa da construção da Marcha da Negritude; organiza shows com artistas pretas e pretos, exposições nos equipamentos culturais – Hotel Globo, Casa da Pólvora, Casarão 34.
“A valorização dos artistas pretas e pretos tem que ser uma constante e é uma atitude desta Fundação e do governo municipal, a partir do prefeito Cícero Lucena e do vice-prefeito Leo Bezerra, que nós precisamos ter essa atitude de acolhimento e de cuidados com todas as etnias e manifestações de cultura, sobretudo, aquelas de origem africana que marcam a nossa cultura e a vida do povo brasileiro. O Auto dos Orixás se insere nesse contexto, nesse ambiente de poder estar junto, de acolher e estimular as tradições afro-brasileiras”, acrescenta.
Elioenai Gomes entende que o papel da Funjope é fundamental nesse processo. “A Fundação Cultural de João Pessoa é um equipamento cultural necessário para nós, fazedores de cultura, efetivarmos nossas ações socio/artístico/culturais. Somar com esta instituição é multiplicar as ações conjuntamente”, afirma.
Nai Gomes, como é mais conhecido, lembra que o Auto dos Orixás era apenas um espetáculo idealizado em 2011 e tomou grandes proporções ao longo dos anos pela sua importância. Este ano, além da encenação, o evento será marcado por atividades ‘afro multiculturais’ que estarão no mesmo espaço no sentido de estimular o fortalecimento de uma rede de grupos, entidades e artistas pretos da cultura paraibana.
Além da Funjope, o Auto conta com o apoio corporativo do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH).
Programação – A abertura será às 19 horas, com a chegança do cortejo dos participantes – integrantes dos elencos do Xirê e dos Orixás – vindo do Ateliê Multicultural Elioenai Gomes, localizado na Praça do Bispo.
Esta edição conta com a participação da Escola Ilú Odara, Coral Voz Ativa celebrando 30 anos de existência. Haverá também a estreia do Coral ORIKIS – Vozes Afro Indígenas, Coco de Guiné/UFPB, Clayton Barata, Malu Morena e Grupo Raízes.
A direção geral é de Elioenai Gomes, que assina o roteiro com Luciano e Luciana Peixoto. Ambos cuidam ainda da coreografia. Nai Gomes é responsável ainda pelos figurinos. A música fica sob o comando de Ogã Fagner, Maestro Carlos Otávio e Victor Figueiredo.