Avalanche de novos casos de covid-19 no interior pode superlotar as unidades de saúde de João Pessoa e Região Metropolitana

Comitê Científico do Consórcio Nordeste, que assessora as decisões dos governadores durante a pandemia do novo coronavírus, em seu último boletim, para a interiorização com avalanche de novos casos da doença em todos os estados da região. Na Paraíba, por exemplo, o Comitê aponta que o aumento no número de pacientes infectados no interior pode superlotar as unidades de saúde referência das regiões metropolitanas de João Pessoa e Campina Grande, que experimentam, neste momento, queda no número de casos gerando um possível colapso.

Segundo o Comitê, o processo de interiorização dos casos de Covid-19, que já era aparente no final de maio, concretizou-se de forma definitiva por todo o Nordeste, bem como em todo território brasileiro, ao longo do mês de junho. Levando em consideração a distribuição geográfica do número de casos confirmados por microregiões, esse risco pode acontecer a qualquer momento de forma nítida.

Esta interiorização crescente se manifesta também nos valores do fator de reprodução (Rt) calculados para cada estado nordestino, uma vez que na maioria dos casos estes valores se apresentam muito mais altos em cidades interioranas do que nas capitais.

“Esse efeito bumerangue já começou. Você conhece o efeito do tsunami? A água sai da praia, todos pensam que estão salvos, e, de repente, vem uma baita onda. É o mesmo efeito”, explica o neurocientista Miguel Nicolelis, um dos coordenadores do comitê científico do Consórcio Nordeste.

Recomendações

Diante do cenário de avanço da Covid-19, o comitê do Consórcio Nordeste orienta decretar bloqueio total ou reverter de planos de afrouxamento do isolamento social em capitais e cidades do interior que estejam apresentando curvas crescentes de casos e óbitos e taxa de ocupação de UTI maior que 80%.

O documento recomenda o chamado lockdown nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Teixeira de Freitas, na Bahia, além de Maceió (AL) e Aracaju (SE). Também é citado o município de Caruaru, que já colocou em prática uma quarentena mais rígida em razão do aumento de casos. Na versão final do documento, novos municípios vão ser incluídos.

“O problema de Salvador é que o número de leitos flutua rapidamente. Houve uma tentativa de fazer lockdown de bairros, mas não conseguiu bloquear”, diz Miguel Nicolelis.

(Clique aqui e confira o boletim 09 do Comitê na íntegra).

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