BAIXARIA NA POLÍTICA

EDMILSON LUCENA

O eleitor que se prepare para as baixarias que sempre marcam o período eleitoral. Embora todos os políticos afirmem que o processo eleitoral ocorrerá no “melhor nível”, ninguém escapa das rasteiras de bastidores e das acusações nem sempre confirmadas ou aprofundadas.

Candidatos ouvidos por mim no decorrer desta semana acreditam que, além das baixarias, as campanhas visando as eleições que se avizinham serão extraordinariamente caras. Haveria uma cumplicidade corrupta entre o candidato e o eleitor, pois o encarecimento da corrida a cargos majoritários e proporcionais estaria intimamente ligado ao preço do voto.

Se no âmbito da disputa para prefeito o jogo é selvagem, não se pode dizer o contrário sobre o pleito proporcional.

Existe gente que entende que em política, como em futebol, só não vale perder. O jogo é bruto e vale tudo. Chute na canela, ataque abaixo da cintura, enfim tudo e qualquer coisa que se pode fazer contra o adversário. Vivemos um tempo de dossiês, falsos ou verdadeiros, não importa. Aliás, a palavra dossiê, por si mesma, já passou a ser maldita.

Quanta ignorância, quando a palavra em si nada tem de negativa. Mas é esse o nível político, não apenas ético mas de conhecimento, de cultura mesmo. Mas vamos lá: baixaria elege? O termo é utilizado para designar aqueles lances em que a moral individual, particular, invade a vida pública.

O jogo baixo sempre existiu, não é de agora, muito embora nos últimos anos parece que passou a ser trivial no manual de como se dar bem numa eleição. Às vezes funciona, algumas não. A baixaria também não é privilégio nem de partido político, nem de ideologias. O uso é genérico.

O SANTO É DE BARRO!

Os últimos acontecimentos envolvendo alguns dos nossos representantes municipais, em João Pessoa levam, inexoravelmente, à infeliz conclusão de que algumas correntes políticas, que se dizem organizadas, contaminam-se facilmente nas águas de maior ou menor autoritarismo disfarçado, dos velhos moralismos perpetuadores da opressão da maioria.

Essas pseudo lideranças tratam os indivíduos como crianças a serem tuteladas. E não como seres dotados de razão, sensibilidade e autonomia, que têm direito de construir, por si e para si, o próprio roteiro biográfico. Vamos devagar com o andor, gente, que o santo é de barro.

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