Com as galerias lotadas e diante de gritos de protestos da população, a Câmara Municipal de Conde instalou na manhã desta segunda-feira (17) uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a gestão da prefeita Márcia Lucena. A CPI vai investigar denúncias de irregularidades no contrato da coleta de lixo do município.
Os vereadores do Conde ainda aprovaram o envio de um ofício ao Tribunal de Contas do Estado pedindo que o órgão revise a aprovação das contas de 2017 da gestão de Márcia Lucena. O balancete, aliás, foi apreciado e aprovado pela própria Câmara em dezembro do ano passado.
A CPI foi instaurada sem a presença dos vereadores da base de apoio da prefeita Márcia Lucena, que se ausentaram, em protests, da sessão extraordinária, convocada para decidir sobre a comissão. O chamado G4 é composto pelos vereadores Naldo Cell, Luzimar, Pinta do Gurugi e Cacá. Já os de oposição são sete.
Com gritos de “golpistas”, populares ocuparam as galerias portando cartazes em protesto.
“Querem acabar com o Conde”, “Cadê a CPI das Rachadinhas?”, Cadê a CPI das diárias?”, questionavam.
Um grupo de moradores já articula o ingresso de uma ação popular na Justiça questionando a realização da sessão.
“Foi uma sessão sem fundamento, tumultuada e que não poderia ter ocorrido. O conteúdo da sessão foi em cima de uma matéria vencida. Se trata apenas de conveniência política de um grupo de vereadores, que está usando a Câmara para defender seus interesses, independentemente da população”, disse Marcos Esteves, morador de Jacumã.
Segundo ele, o edital de convocação da sessão foi republicado e a sessão não deveria ter ocorrido hoje, sem o devido conhecimento da população. Disse também que um dos vereadores que assinou o documento não participou da sessão.
A sessão extraordinária foi convocada pelo presidente da Câmara, vereador Carlos André, mais conhecido como ‘Manga Rosa’, que acionou até Polícia Militar para a sessão, segundo ele para garantir segurança.