No mês de fevereiro de 2020, a Secretaria Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) pretende apresentar o novo Plano de Mobilidade Urbana da microrregião da Capital paraibana. O anúncio foi feito pelo superintendente da Semob, Adalberto Alves Araújo, na sessão especial que aconteceu na Câmara municipal de João Pessoa (CMJP), na tarde desta quarta-feira (27).
Adalberto Araújo revelou, ainda, que no dia 11 deste mês haverá uma audiência pública para apresentação de pesquisa de amostra, envolvendo 12 mil domicílios, e nela será exposto um diagnóstico sobre vários quesitos, como rota de tráfego e tipo de transporte utilizado nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux, Conde e Lucena, da Região Metropolitana. O evento vai acontecer no auditório do Ministério Público Estadual da Paraíba (MPPB). Segundo ele, no dia 17 vai acontecer um workshop no Hotel Tambaú para que as entidades ligadas à mobilidade urbana, especialistas da área, sociedade e técnicos da Prefeitura de João Pessoa possam apresentar sugestões para a construção do Plano.
A sessão aconteceu no âmbito da Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana da CMJP e foi proposta pelo vereador Tibério Limeira (PSB). Além de Tibério e do dirigente Adalberto Araújo, também participaram o vereador Marcos Henriques (PT); o vice-presidente do Conselho Estadual do Direito da Pessoa com Deficiência, Hellosman de Oliveira Silva; o psicólogo Ricácio Cruz, integrante do Conselho Estadual de Trânsito; o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil na Paraíba, Pedro Rossi, e a representante do MoviCidades e do Instituto Somos Brasil na Paraíba, Karine Oliveira.
Apesar de reconhecer o empenho do superintendente Adalberto Araújo, o vereador Tibério não poupou críticas ao atraso na elaboração do novo Plano de Mobilidade Urbana. O parlamentar lembrou que o assunto vem sendo debatido desde 2007 com a criação da Frente Parlamentar. Ele defendeu que o Plano de Mobilidade seja realizado em sintonia com os Planos Diretor e de Cidades Emergentes Sustentáveis.
Tibério ainda propôs que o vereador Marcos Henriques, como presidente da Comissão de Políticas Públicas, realize audiências públicas para discutir a ideia com entidades interessadas no assunto. Por sua vez, o petista avaliou que João Pessoa, enquanto grande centro urbano, está chegando à casa de um milhão de habitantes e necessita, com urgência, de mais espaço para o trânsito e de outras vias para deslocamento das pessoas. Marcos criticou também a prestação dos serviços dos transportes públicos.
O vice-presidente do Conselho Estadual do Direito da Pessoa com Deficiência, Hellosman de Oliveira, entende que a proposta é fundamental e lembrou que no Estado existem 180 mil pessoas com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. Ele reforçou o compromisso do Conselho com a luta do segmento. Como membro do Conselho Regional de Psicologia (CRP), integrante do Conselho Estadual de Trânsito, Ricácio Cruz reconheceu que a Semob vem tomando, dentro da medida do possível, algumas providências para diminuir problemas de mobilidade na Capital.
O arquiteto Pedro Rossi lembrou que existe uma luta dos arquitetos e urbanistas pela inclusão social de modais como ciclovias utilizadas para prática de esporte e no trajeto para o trabalho. Rossi destacou a ciclofaixa no bairro de Manaíra como sendo uma grande conquista da classe. Para ele, existem outros espaços na Cidade que precisam ter esse modal. A representante do MoviCidades e Somos Brasil, Karine Oliveira, cobrou mais transparência na elaboração do novo Plano de Mobilidade e nas informações sobre as pesquisas domiciliares. Ela acrescentou que as entidades e sociedade precisam saber quanto está sendo investido no processo e o cronograma de trabalho.
Semob justifica atraso na elaboração do plano e ressalta importância do debate
O superintendente da Semob, Adalberto de Araújo, informou que em junho deste ano teve que notificar o consórcio que vinha construindo e apresentando o Plano de Mobilidade. Segundo ele, as etapas aprovadas eram disponibilizadas no site da Transparência da Prefeitura Municipal. Adalberto reforçou ter enfatizado aos técnicos do consórcio que se o plano não fosse apresentado dentro do prazo, o contrato seria cancelado.
O dirigente revelou que em julho foi decidido pela prorrogação do contrato com o estabelecimento de um cronograma de trabalho. “A conclusão do projeto foi prorrogada até o dia 22 de fevereiro do próximo ano. A equipe, agora, é muito boa”, comentou Araújo, acrescentando que todos vão ter um produto de qualidade.
Questionado pelos participantes sobre a situação dos transportes públicos, Adalberto reconheceu que há problemas que precisam ser resolvidos e observou que a população é quem banca os gastos do sistemas. Ele sugeriu a implantação de um sistema de ciclovias com rotas que estejam interligadas ao transporte coletivo.