Primeiro dia de provas tem Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e redação
Portões fecham à 13h; prova começa às 13h30 e termina às 19h
A primeira prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) será realizada neste domingo (21) para mais de 3 milhões de participantes, o menor número de inscritos desde 2009. A prova é realizada em meio a polêmicas e a debandada de funcionários do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação do exame.
O R7 terá após a prova uma transmissão ao vivo com professores do QG do Enem comentando as principais questões. E os professores do Anglo Leonardo da Vinci vão fazer a resolução da prova e formar o gabarito extraoficial.
Mesmo com toda instabilidade envolvendo a autarquia ligada ao MEC (Ministério da Educação), em audiência na Câmara dos Deputados e também no Senado, o presidente do Inep, Danilo Dupas, garantiu a realização do exame.
Nesta primeira prova, como em edições anteriores, os estudantes devem chegar com antecedência ao local de exame para evitar sustos ou ficar de fora.
Pelo horário de Brasília, os portões serão abertos ao meio-dia, fecham às 13h e a prova começará, pontualmente, às 13h30. Os candidatos deverão responder a 90 questões objetivas de multipla escolha, sendo 45 questões das disciplinas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e outras 45 questões das disciplinas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, além de escrever uma redação dissertativa-argumentativa.
A partir das 15h30 os candidatos poderão deixar o local de prova, mas sem levar o caderno de questões. Aqueles que saírem antes de duas horas de prova serão desclassificados. A partir das 18h30 é possível sair com o caderno de questões. A primeira etapa do Enem será encerrada às 19h.
Neste domingo (28), os candidatos terão até às 18h30 para responder a 90 questões, sendo 45 de matemática e 45 de ciências da natureza (química, física e biologia).
Todos os participantes deverão usar máscaras cobrindo o nariz e a boca. O Inep recomenda que o candidato leve uma máscara de reserva para qualquer eventualidade. Vale levar álcool em gel e manter a distância mínima de 1,5m como forma de prevenção à Covid-19. Estudantes que apresentarem sintomas de Covid ou qualquer doença descrita no edital não deve ir até o local de prova. O Inep orienta que o candidato peça a reaplicação do exame via a Página do Participante.
A organização do Enem só aceita caneta esferográfica de tinta preta feita de material transparente. A dica é levar ao menos duas caso uma falhe na hora de preencher o cartão de respostas. Nada de lápis, borracha ou estojos.
No dia das provas é obrigatório levar um documento original e oficial com foto. São aceitos: RG (Carteira de Identidade), CNH (Carteira Nacional de Habilitação), carteira de trabalho ou passaporte (para os estrangeiros). Em caso de perda ou roubo de algum documento oficial, o participante deve apresentar comprovante de que solicitou a segunda via ou o B.O. (Boletim de Ocorrência).
O participante não pode levar nenhum tipo de equipamento eletrônico, nem relógio. O celular deverá ficar guardado e desligado — qualquer emissão de sinal soro desclassifica o candidato.
O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no país. A nota é utilizada para ingressar em universidades federais pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), para conquistar uma bolsa de estudos via Prouni (Programa Univeridade para Todos) ou um financiamento de mensalidade em instituição privada via o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
A edição deste ano de 2021 foi marcada por polêmicas a começar pelo atraso na divulgação do cronograma do exame. O Inep cogitou realizar as provas em janeiro de 2022, mas voltou atrás, no entanto, esta edição tem o menor número de inscritos desde 2009, quando a nota do exame passou a ser usada para o acesso ao ensino superior, com apenas 3.109.762.
De acordo com o edital, os estudantes que tiveram isenção na taxa de inscrição no exame de 2020, mas não compareceram para fazer as provas e não justificaram com atestado médico perderam o direito a isenção da taxa neste ano.
Partidos de oposição e entidades estudantis entraram com uma ação contra a cláusula e após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o MEC (Ministério da Educação) abriu novamente as inscrições, mas para atender a estes participantes que perderam o direito de isenção.
Duas semanas antes da realização do Enem, pelo menos 37 servidores pediram demissão do Inep. Os funcionários alegaram falta de gestão da direção da autarquia e assédio moral. O presidente da autarquia, Danilo Dupas, foi chamado à Câmara dos deputados para esclarecer a debandada, argumentou se tratar “de uma questão interna do instituto”, mas garantiu a realização do exame. No Senado, Dupas reforçou que o exame será realizado neste domingo e justificou a demissão em massa por uma questão econômica.
Na última segunda-feira (15), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o Enem “começa agora a ter a cara do governo”. Depois afirmou que não leu as provas do Enem, mas declarou que o “exame era ativismo político e comportalmental”. Questionado sobre a afirmação, o vice-presidente Hamilton Mourão declarou que o governo ‘não mexeu nas questões do Enem’.
Na quarta-feira (17), o ministro da Educação Milton Ribeiro compareceu de surpresa e voluntariamente em uma audiência na Comissão de Educação da Câmara. Ribeiro negou que houve qualquer tipo de interferência nas questões do Enem como a suposta troca de questões e justificou a presença de um agente da polícia federal na área segura do Inep “como um procedimento de segurança.”
Um grupo de deputados federais protocolou uma ação no MPF (Ministério Público Federal) contra o ministro da Educação e o presidente do Inep pedindo investigação por improbidade administrativa. Eles também pedem que quaisquer “agentes públicos eventualmente envolvidos” no “controle ideológico” do Enem. O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu investigação parar apurar possíveis irregularidades no Enem e a gestão do Inep. Em despacho do ministro Walton Alencar Rodrigues manteve Dupas na presidência do Inep para não atrapalhar a realização da prova, mas pediu que as denúncias feitas pelos deputados fossem apuradas.