A presidente da Federação Paraibana de Futebol, Michelle Ramalho, declarou em nota divulgada neste domingo (5) que a FPF “foi surpreendida com a notícia de que dois dos seus colaboradores utilizaram do benefício do Auxílio Emergencial de forma irregular”. A denúncia foi feita pelo Esporte Espetacular, da TV Globo.
Ainda na nota, “a FPF salienta que não pode ser responsabilizada por atos individuais de seus colaboradores e não compactua com nenhuma irregularidade.”
Michelle Ramalho também cita na nota que tem compromisso com a recuperação da credibilidade do futebol paraibano, “que constantemente é atacado por organizações e pessoas que tentam relacionar o nome desta Federação com fatos negativos.”
A FPF livrou-se da polêmica da ‘eterna gestão’ de Rosilene Gomes, ao quebrar sua tradição de reeleições ao cargo de presidente da Federação. Mas continuou envolvida em denúncias, como as de manipulação de resultados de jogos, além da mais recente de realização de jogos fantasmas na pandemia do coronavírus. E, agora, com a denúncia de irregularidades com o auxílio emergencial envolvendo dois nomes da cúpula da FPF.
O Esporte Espetacular da TV Globo mostrou, neste domingo, que a vice-presidente da Federação Paraibana de Futebol, Thalyta Gomes, neta de Rosilene Gomes, ex-presidente da FPF (a qual comandou a entidade por mais de 20 anos), recebeu auxílio emergencial mesmo sendo herdeira de empresas da família e tendo um microônibus em seu nome.
Thalyta Gomes, vice-presidente da FPF, respondeu ao Esporte Espetacular que solicitou o auxílio dentro dos parâmetros legais, mas que, para evitar dúvidas e discussões, vai devolver o dinheiro recebido.
Gerson Júnior, diretor de registros na FPF, tem três veículos no nome dele, de acordo com a reportagem. Questionado pelo EE, ele confirmou que recebeu o auxílio e desligou o celular ao ser questionado do recebimento mesmo sendo dirigente na FPF.
O dinheiro está sendo concedido a pessoas em vulnerabilidade social durante a pandemia do novo coronavírus. Mas a Controladoria Geral da União (CGU) está descobrindo cadastros ilegais de pessoas que não precisam da verba de R$ 600 (R$ 1.200 para mães solteiras) e está cobrando reparação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o MPF investigue as irregularidades no recebimento do auxílio emergencial e dê início a ações criminais contra fraudadores. Os órgãos fiscalizadores já encontraram, no país, 620 mil cadastrados irregulares. O prejuízo supera R$ 1 bilhão. Na Paraíba são mais de dois mil beneficiados com o auxílio, mesmo possuindo casas, carros, embarcações.