O presidente Lula (PT) foi firme ao dizer que “golpe não vai ter”, um dia após a invasão de terroristas bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes, em Brasília (DF). Ao encerrar a reunião que teve com governadores, nesta segunda-feira (9), Lula apontou negligência da Polícia Militar do DF e acusou os vândalos de golpistas.
“Não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos”, disse Lula.
Na sequência, Lula e os governadores presentes caminharam em direção ao prédio do STF, um dos principais alvos de vandalismo e destruição dos extremistas. Veja a lista completa de obras destruídas nos ataques.
“Estavam reivindicando o quê? Reivindicando melhoria na qualidade de vida das pessoas? Reivindicando mais liberdade? Aumento de salário? Não, eles estavam reivindicando o golpe”, diz Lula sobre acampamentos em quartéis, desmobilizados após ordem do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
Lula também classificou como “atitude forte” diante de uma “negligência” da PM a intervenção federal na Segurança do Distrito Federal, decretada por ele ainda no domingo (8). “Tive que tomar uma atitude forte, porque a Polícia Militar de Brasília negligenciou”, diz Lula sobre a intervenção federal na segurança do DF. Para entender ponto a ponto do que muda, clique aqui e confira.
“O que vimos ontem foi coisa que já estava prevista, isso tinha sido anunciado há algum tempo atrás porque pessoas que estavam nas ruas na frente de quartéis não tinham pauta de reivindicação”.
Governadores e representantes dos 27 estados prestaram solidariedade e ofereceram apoio ao governo federal.
Até mesmo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Distrito Federal, Celina Leão (PP), defenderam a democracia e o diálogo para evitar que novas ações deste tipo ocorram.
Tarcísio, que chegou a negar o convite para a reunião, mas voltou atrás horas mais tarde, afirmou o seguinte:
— Era muito importante estar presente no dia de hoje neste ato de solidariedade aos poderes constituídos, ato de solidariedade ao Supremo Tribunal Federal, solidariedade ao Congresso Nacional, a Câmara de Deputados, ao Senado Federal, solidariedade no final das contas à nossa democracia. (…) Essa reunião de hoje significa que a democracia brasileira, depois dos episódios de ontem vai se tornar ainda mais forte —.
Também participaram da reunião ministros do Supremo Tribunal Federal, entre eles a presidente da Corte, a ministra Rosa Weber. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também estava presente.
Vieram a Brasília para participar da reunião os governadores ou representantes de todos os 27 estados brasileiros. Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), apenas não compareceram e, portanto, enviaram representantes:
os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que passou por cirurgia;
o de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), que está licenciado;
além de Gladson Cameli, do Acre e
Mauro Mendes, do Mato Grosso.