A mensagem de fim de ano que o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, publicou nesta sexta (23) no YouTube não agradou aos manifestantes golpistas que contestam o resultado da eleição presidencial e pedem intervenção militar. No vídeo, Freire Gomes exalta feitos dos soldados em 2022, como o policiamento de fronteiras e a ação humanitária nas catástrofes naturais. Nos comentários no Twitter, bolsonaristas se mostram revoltados porque o general em nenhum momento falou sobre a situação política do país.
“Me senti uma idiota com as palavras do general. Estou há 53 dias na porta do quartel e é isto que o senhor tem a dizer?”, questionou uma mulher identificada como Érica Moraes.
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“Eu entendi que estamos abandonados! Não pelo nosso presidente, mas pelas forças que um dia juraram proteger essa nação!”, reclamou Sheyla Lyra, que no perfil do Twitter se identifica como “Patriota, bolsonarista, evangélica”.
Alguns poucos golpistas ainda tentam encontrar motivos para acreditar que as Forças Armadas vão apoiar o seu movimento. “Muita gente criticando aqui e falando abobrinha, vocês vão quebrar a cara, e vão se impressionar com as FA”, argumenta um um rapaz que usa o nome de Leo Nunes.
Até às 19h30, duas horas depois de postada a mensagem nas redes sociais, o Twitter registrava 2.225 comentários. A quase totalidade era de reclamação contra o conteúdo neutro da fala do comandante do Exército.
Aos soldados, o general Freire Gomes diz no vídeo: “O sacrifício anônimo de cada um de vocês, no intenso frio dos Pampas, no interior da brasileira Amazônia, debaixo do sol inclemente da Caatinga, no retorcido Cerrado e nas planícies do Pantanal, foi convertido, mais uma vez, em melhoria de qualidade de vida, segurança e soberania para todos os brasileiros”.
Segue exaltando a “hierarquia, a disciplina e a coesão” da tropa e agradece aos comandados “por viverem para servir ao Exército e ao Brasil”. “Parabéns pelos resultados obtidos neste exitoso ano!”.
O comandante termina desejando feliz Natal e Ano Novo, sem dar nenhum tom político à mensagem.
Chico Alves