Guerra na Ucrânia: Lula, Moro e outros políticos reagem à invasão russa; Bolsonaro não se manifesta


O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou pessoalmente sobre a invasão da Rússia na Ucrânia, nesta quinta-feira (24), mas outros políticos já comentaram o assunto ao longo da manhã. Pré-candidatos à Presidência da República e parlamentares têm exposto as opiniões em vídeos e em publicações nas redes sociais.

No Twitter, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), até agora líder nas pesquisas de intenção de voto, disse que “ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro”.

“A guerra só leva a destruição, desespero e fome”, acrescentou Lula. “O ser humano tem de criar juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação, não em campos de batalha”, escreveu. O ex-presidente aproveitou para alfinetar Bolsonaro, ao questionar para que serve um “presidente que briga com todo mundo”.

“Até em coisas sérias, ele mente, disse que tinha conseguido a paz ao viajar para a Rússia”, afirmou Lula. Para o petista, “um presidente da República precisa conversar, ser um maestro da orquestra chamada Brasil para ela viver em harmonia”.

O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, também criticou Bolsonaro, classificando o governo como “frágil, despreparado e perdido”, também em publicação no Twitter. “No mundo atual não existe mais guerra distante e de consequências limitadas. Precisamos nos preparar, portanto, para os reflexos do conflito entre Rússia e Ucrânia”, escreveu.

Ciro apontou aspectos preocupantes da invasão na Ucrânia, como o fato de que o barril do petróleo já passou dos US$ 100, “o que vai nos atingir em cheio por termos uma política absurda de preços rigidamente atrelada ao mercado internacional”.

“A sociedade e outros Poderes precisam estar alertas para fiscalizar um Executivo com políticas interna e externa cheias de equívocos e desvarios. O desequilíbrio na ordem internacional pode gerar efeitos de um outro tipo de pandemia, em especial neste Brasil hoje tão vulnerável”, escreveu Ciro.

João Doria, pré-candidato do PSDB, disse que é “condenável” a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Guerra nunca é resposta a nada. Ninguém ganha quando a violência substitui o diálogo. Muitos acabam pagando pelas decisões de poucos. O que está em jogo são milhões de vidas humanas. Mais do que nunca o mundo precisa de paz”, publicou no Twitter.

O pré-candidato Sergio Moro (Podemos) postou uma breve nota sobre o assunto, também no Twitter. “Repudio a guerra e a violação da soberania da Ucrânia. A paz sempre deve prevalecer”, escreveu.

Congressistas
No Congresso, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da Comissão da Relações Exteriores da Câmara, repudiou “de forma veemente”, em nota, os ataques contra o território ucraniano. “Os bombardeios russos contra a Ucrânia, país soberano que conquistou sua Independência em 1991, violam as regras e normas internacionais e deve ser fortemente condenado pelas instâncias multilaterais e os governos democráticos”, disse.

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), também publicou nota dizendo que o Brasil precisa condenar de forma veemente a invasão. “O Brasil não pode fazer vista grossa para megalomania do presidente da Rússia Vladimir Putin”, disse.

“Ele invadiu um país soberano e está colocando em risco toda estabilidade mundial. Não adianta nessa hora fazer apenas discurso de candidata a miss pregando a paz mundial. Todas as nações precisam condenar esse ato de guerra e intensificar as sanções contra a Rússia nesse primeiro momento”, afirmou Bueno.

O presidente do grupo parlamentar Brasil-Ucrânia, Claudio Cajado (PP- BA), também se pronunciou. “Apelo para que a comunidade internacional, através de seus inúmeros organismos, aja para que essa injusta agressão cesse imediatamente”, disse.

“O mundo não pode aceitar uma guerra em que a Rússia deseja impor à Ucrânia uma postura de intervir em sua soberania e autodeterminação de seu povo, obrigando-a a não seguir o caminho que deseja de unir-se à comunidade e à União Europeia”, acrescentou Cajado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comentou o assunto no Twitter. “O mundo já enfrenta o luto de milhões de perdas da pandemia de covid-19. À medida que voltamos à normalidade, assistimos a uma escalada sem precedentes entre Rússia e Ucrânia”, disse.

“Neste momento, precisamos de paz, entendimento e que as duas nações busquem os caminhos diplomáticos”, acrescentou o presidente da Câmara.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), publicou uma nota sobre o assunto. Ele disse estar acompanhando “com crescente preocupação o agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia”.

“Consoante a política externa brasileira, que historicamente tem-se orientado pela busca da paz e pela solução negociada dos conflitos internacionais, como presidente do Congresso Nacional e, em nome de meus pares, reafirmamos a necessidade de um diálogo amplo, pacífico e democrático com vistas a uma rápida solução negociada que contemple os legítimos interesses das partes envolvidas”, disse Pacheco.

O presidente do Senado, que também preside o Congresso, afirmou que “a magnitude da atual crise e sua rápida deterioração têm potencial de impactos político, econômico e social difíceis mesmo de imaginar”.

Ministério das Relações Exteriores
Embora Bolsonaro não tenha comentado o assunto até agora, o Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota, na qual diz que o governo brasileiro acompanha com “grave preocupação” a situação na Ucrânia. O governo brasileiro pediu a “suspensão imediata das hostilidades” e o “início de negociações contundentes a uma solução diplomática para a questão”.

“Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias”, diz a nota.

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