
O governo de Israel aprovou na noite desta sexta-feira (17/1) — horário de Brasília — um acordo de trégua com o Hamas na Faixa de Gaza e permitirá a troca de reféns por prisioneiros palestinos a partir de domingo (18). Nesta quarta (15), o Catar e os Estados Unidos haviam anunciado um acordo de cessar-fogo, mas o exército israelense continuou bombardeando o território palestino, deixando mais de 100 mortos.
Após a luz verde do gabinete de segurança de Israel, o Conselho de Ministros deu a aprovação final ao acordo, apesar da oposição de membros da extrema direita. O gabinete garantiu que o acordo “sustenta a consecução dos objetivos da guerra”.
O pacto, que deve colocar fim aos 15 meses de guerra entre os países, prevê a libertação de 33 reféns em Gaza em uma primeira fase de seis semanas, em troca de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
O fim definitivo da guerra será negociado durante esta primeira etapa. Representantes do Egito, Catar e EUA, países mediadores do conflito, se reuniram no Cairo com uma delegação israelense para acordar “todas as disposições necessárias para aplicar” o cessar-fogo.
Libertação dos reféns
Fontes próximas ao Hamas informaram que o primeiro grupo de reféns é composto por três mulheres israelenses. Em Israel, a população está em suspense quanto ao destino do refém mais jovem, um bebê chamado Kfir Bibas.
O menino foi levado junto com o irmão de quatro anos. Ele completaria dois anos no sábado e, embora o Hamas tenha afirmado que ele morreu em um bombardeio israelenses, alguns ainda mantém a esperança.
O Ministério da Justiça do país publicou uma lista nesta sexta (17) com os 95 prisioneiros palestinos que serão trocados. A lista inclui 70 mulheres, uma delas menor de idade, e 25 homens, entre os quais 9 são menores de 18 anos. O mais jovem tem 16 anos.
Fases do acordo
O acordo é resultado de uma aceleração de negociações, que estavam paralisadas por mais de um ano, às vésperas do retorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomará posse nesta segunda-feira (20/1).
Além da troca de reféns e da implementação de um cessar-fogo, a primeira fase do acordo também prevê a retirada das tropas israelenses das áreas densamente povoadas. Já a segunda fase contempla a libertação dos reféns restantes, enquanto a terceira e última terá como foco a reconstrução do território palestino e o retorno dos corpos dos reféns mortos.
Com informações da Agência France-Presse*