O deputado estadual Jeová Campos (PSB) disse que é contrário à tese de impeachment do governador da Paraíba, João Azevedo (Cidadania) levantada na última quarta-feira, 5, pelo deputado Wallber Virgolino (Patriota) que encaminhou um pedido para abertura de processo contra o governador e sua vice, Lígia Feliciano (PDT). “Na Paraíba, a oposição perdeu a eleição no primeiro turno e quer, agora, forçar um segundo turno no tapetão. Isso é um golpe. É preciso respeitar a soberania do voto popular. Qualquer pretensão de afastamento de João Azevedo, que ganhou no primeiro turno, é um atentado à democracia”.
Para Jeová, que é advogado, nenhum crime de responsabilidade foi cometido pelo governador para justificar o pedido de Wallber: “Desde que João Azevedo assumiu o governo até hoje não se tem notícia de qualquer fato que possa ser tipificado como ilícito, condição essa necessária para caracterização de um crime de responsabilidade. Como não há crime, o caso é semelhante ao que aconteceu com a ex-presidenta Dilma Rousseff. Fatos anteriores à posse de João devem ser apreciados pela Justiça e não à Assembleia”, argumentou.
No pedido de impeachment contra o governador da Paraíba, Wallber Virgolino cita como crime de responsabilidade atribuído a João e Lígia “não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais; e proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. Os fatos aos quais o pedido faz referência são os investigados pela Operação Calvário que apontou desvio de dinheiro público durante a gestão de Ricardo Coutinho (PSB) através de organizações sociais. “Em meio à roubalheira generalizada que se descobre na Operação Calvário, as indecências chegaram a comprometer, de forma induvidosa, o próprio processo eleitoral das últimas eleições estaduais, evidenciando-se o uso inescrupuloso de dinheiro público, direta e indiretamente, nas campanhas dos membros da Orcrim e seus agregados, todas superiorizadas em relação a seus concorrentes em razão de práticas vedadas e corrupção explícita”, diz o pedido.