João Azevedo e mais 21 governadores reagem a projeto de Bolsonaro sobre ICMS de combustível

Pelo menos 22 governadores, entre eles o governador da Paraíba, João Azevedo (Cidadania), já se posicionaram contestando a ideia de Jair Bolsonaro de apresentar projeto para reduzir a cobrança de ICMS nos Estados.
Em postagens no Twitter, o presidente jogou no colo dos governadores a responsabilidade pelo preço da gasolina e do diesel não baixarem nas bombas apesar de serem reduzidos nas refinarias.

Segundo Bolsonaro, isso não acontece por causa do ICMS cobrado pelos Estados e que os governadores não aceitam reduzir para não perderem receitas. Assim, decidiu apresentar um projeto de lei para derrubar essa cobrança, informa publicação do BR Político.

Em nota oficial, 22 governadores reagiram ao modo como o presidente deflagrou a discussão e citaram que sua proposta é inconstitucional.

Veja a íntegra da nota:

“Os Governadores dos Estados têm enorme interesse em viabilizar a diminuição do preço dos combustíveis. No entanto, o debate acerca de medidas possíveis para o atingimento deste objetivo deve ser feito nos fóruns institucionais adequados e com os estudos técnicos apropriados”, diz a nota.

Diante da forma como o tema foi lançado pelo Presidente da República, exclusivamente por intermédio de redes sociais, cumpre aos Governadores esclarecer que:

1- O ICMS está previsto na Constituição Federal como a principal receita dos Estados para a manutenção de serviços essenciais à população, a exemplo de segurança, saúde e educação.

2 – O ICMS sobre combustíveis deriva da autonomia dos Estados na definição de alíquotas e responde por, em média, 20% do total da arrecadação deste imposto nas unidades da Federação. Lembramos que 25% do ICMS é repassado aos municípios.

3 – Segundo o pacto federativo constante da Constituição Federal, não cabe à esfera federal estabelecer tributação sobre consumo. Diante do impacto de cerca de 15% no preço final do combustível ao consumidor, consideramos que o governo federal pode e deve imediatamente abrir mão das receitas de PIS, COFINS e CIDE, advindas de operações com combustíveis.

4 – O governo federal controla os preços nas refinarias e obtém dividendos com sua participação indireta no mercado de petróleo – motivo pelo qual se faz necessário que o governo federal explique e reveja a política de preços praticada pela Petrobras.

5 – Os Estados defendem a realização de uma reforma tributária que beneficie a sociedade e respeite o pacto federativo. No âmbito da reforma tributária, o ICMS pode e deve ser debatido, a exemplo dos demais tributos.

6 – Nos últimos anos, a União vem ampliando sua participação frente aos Estados no total da arrecadação nacional de impostos e impondo novas despesas, comprimindo qualquer margem fiscal nos entes federativos.

Os Governadores dos Estados clamam por um debate responsável acerca do tema e reiteram a disponibilidade para, nos fóruns apropriados, debater e construir soluções.
Brasília, 3 de fevereiro de 2019.

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