Um dos principais alvos das manifestações convocadas para o dia 15 de março, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou o seu Twitter no início da tarde desta quarta-feira (26) para criticar de forma indireta Jair Bolsonaro por seu apoio ao ato.
“Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional”, afirmou o deputado, que continuou em seguida: “Acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas.”
Bolsonaro compartilhou ao menos dois vídeos pelo WhatsApp em que há convocação para os atos do dia 15. Em um deles, revelado pela colunista Vera Magalhães, há imagens de quando o mandatário foi alvo de uma facada, em dezembro de 2018, e de sua recuperação em seguida.
Seguem-se diversas mensagens, como “ele foi chamado a lutar por nós”, “ele comprou briga por nós”, “ele desafiou os poderosos por nós”, “ele quase morreu por nós”, além de menções de que ele é vítima de calúnias e enfrenta a esquerda. Por fim, a convocação para a manifestação: “Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil”.
O outro, confirmado pela Folha de S.Paulo, tem imagens de manifestações em frente ao Congresso, e já começa com a fala: “o que esperar do futuro se não tomarmos de volta o nosso Brasil?”.
Em nenhum dos dois fala-se diretamente sobre ataques ao Congresso e aos demais dos Poderes. Contudo, nas redes circulam diversas postagens de grupos bolsonaristas com esse tom.
Mais cedo, o presidente usou suas redes sociais para responder as críticas que vem recebendo e disse que os vídeos compartilhados tratam-se de “troca de mensagens de cunho pessoal”. “Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”, escreveu.
Bolsonaro, contudo, não falou nada sobre as pautas alegadas para a manifestação do dia 15 de março ser “Fora Maia e Alcolumbre”, os presidentes das duas casas do Congresso. Há ainda quem divulgue a manifestação pedindo o fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal).