O pistoleiro no telhado

Miguezim de Princesa

I
EsseThomas Matthew Crooks
Sempre foi cabra de peia,
Treinou tiros em duas latas
De neston e de aveia,
Porém mira na cabeça
E só acerta a “oreia”.
II
Pegou o rifle do pai
E danou-se pro comício.
Disse “hoje o cancão pia,
Vou fazer um estrupício,
Vou matar Donald Trump
Com um tiro no toitício”.
III
Subiu no teto de uma casa,
Quando Trump ia discursar,
Mirou bem no meio da testa,
Mas, com o sol de rachar,
Ele se desconcentrou
E a bunda pôs-se a coçar.
IV
Uma coceirinha teimosa
Que parecia formiga,
Penicando pelo rego,
E o cabra: “Hoje tem briga”!
Coceira de nervosismo
É pior do que urtiga.
V
Depois daquela coçada,
Pegou o dedo e cheirou,
Ajeitou-se no telhado,
O rifle ele engatilhou,
E bem na testa do Trump
O balaço ele mirou.
VI
Quando Trump se virou
Com aquela orelha rara,
Grande, vermelha e vistosa
Como as penas de arara,
Não dava pra distinguir
Se era orelha ou cara.
VII
O matador deu o tiro
E viu o sangue jorrando,
E disse “missão cumprida,
O diabo está esperando”,
Mas em menos de um segundo
Sentiu a testa queimando.
VIII
Acordou-se no Inferno,
O diabo estava enraivado:
– Nem pra isso você presta,
Seu pistoleiro safado,
Eu queria gente importante
E chega você cagado!

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