Polícia Federal começa a fazer segurança de Lula e classifica petista no nível de risco máximo


A Polícia Federal começou a fazer a segurança do ex-presidente Lula na campanha eleitoral. A entrada dos agentes do órgão no esquema de proteção ao petista foi definida na sexta (22), um dia depois da homologação dele como candidato pelo PT.

Os policiais começaram a atuar no mesmo dia, engrossando uma equipe que tem também integrantes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) –como ex-presidente, Lula tem direito à proteção do órgão.

Como a Folha revelou, a PF decidiu antecipar e ampliar a segurança de Lula para as eleições. Três delegados, escolhidos por consenso entre a campanha do petista e a instituição federal, serão os responsáveis pela segurança, que pode reunir dezenas de policiais —o número é tratado como sigiloso.

Os delegados são Andrei Augusto Passos Rodrigues, Rivaldo Venâncio e Alexsander Castro Oliveira, como também antecipou a Folha. Rodrigues será o coordenador da equipe. Oliveira, o chefe operacional, e Venâncio, operacional substituto.

O coordenador da equipe fez a segurança da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010 e era próximo do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

O esquema de segurança e os nomes dos agentes destinados para a missão vinha sendo discutido desde junho com o PT. Os policiais, no entanto, só poderiam entrar em ação depois da homologação da candidatura.

A PF assinou um protocolo com a campanha de Lula, representada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, na própria sexta (22). E explicou, na ocasião, que a situação do ex-presidente foi classificada no nível de risco máximo –ou seja, ele terá que ser acompanhado diariamente por uma segurança reforçada em todos os eventos a que comparecer, e até mesmo em atividades rotineiras.

O órgão detalhou que trabalha com uma escala de risco de um a cinco –Lula foi enquadrado no nível mais alto.

O ranking de risco leva em consideração, por exemplo, o quanto o candidato é conhecido pela população, e se já sofreu ou não ameaças.

O petista tem sido alvo constante de ataques.

Na semana passada, um homem chegou a ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) depois de divulgar um vídeo em que afirmava que iria “caçar” Lula, integrantes da esquerda e membros do STF.

Em junho, um outro bolsonarista invadiu o hotel em que Lula e o candidato a vice, Geraldo Alckmin, lançavam as diretrizes que servirão de base para seu programa de governo.

A coordenação da campanha de Lula festejou a entrada da PF, já que até agora, além do GSI, seguranças particulares estavam acompanhando os petistas nos eventos.

Os petistas consideram que o órgão é extremamente profissional e zeloso na segurança dos candidatos a presidente da República. E confiam nos delegados escolhidos para a missão.

Andrei Augusto Passos Rodrigues é delegado há quase 20 anos. Foi secretário extraordinário de Segurança de Grandes Eventos, responsável pela Copa do Mundo em 2014 e pelos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio. Atualmente, é chefe da Divisão de Relações Internacionais da Polícia Federal.

Oliveira, por sua vez, atua hoje na corporação como coordenador de Repressão a Crimes Violentos, Tráfico de Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas. Já Venâncio é delegado no Paraná.

Outros candidatos também vão receber o reforço da PF em suas seguranças.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por estar no cargo, tem um esquema diferente, reservado aos chefes de estado e coordenado pelo GSI.

Folha Online

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