A população da Paraíba está mais pobre. É o que mostra pesquisa feita pelo economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). Segundo os dados, a situação de pobreza aumentou 4% no estado entre 2019 e o início de 2021.
Na Paraíba, em dois anos, a pobreza saltou de 41,2% da população para 45,2%.
A pobreza extrema, que em 2019 alcançava 13,7% da população paraibana, atinge agora 14%, segundo o estudo.
Os critérios da pesquisa são os mesmos do Banco Mundial, que considera pobre quem tem renda compatível com US$ 5,50 por dia – R$ 28,60 em reais. A pobreza extrema considera quem vive com US$ 1,90 por dia, ou R$ 10,45.
Resultado de uma economia em crise, o empobrecimento da população acelerou durante a pandemia de Covid-19. “Foi um grande choque no emprego e na renda das famílias, que foi mitigado, em grande parte de 2020, pelo auxílio emergencial. Mas, como não tivemos o auxílio no primeiro trimestre de 2021, com a economia ainda em recuperação, houve esse aumento da pobreza”, diz Daniel Duque.
O aumento da pobreza no país por causa da pandemia se deu de forma generalizada entre os Estados e em ritmo mais intenso nos do Nordeste e naqueles com grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
O estudo mostra que o percentual da população pobre aumentou em 24 das 27 unidades da federação brasileira entre o primeiro trimestre de 2019 e janeiro de 2021.
Ainda que com alguma expectativa de melhora para os dados mais recentes, por causa da retomada do pagamento do auxílio emergencial a partir de abril e de início de reação do mercado de trabalho informal, a expectativa entre economistas é que os níveis de pobreza se mantenham acima do verificado antes da covid-19.
Em São Paulo, por exemplo, a parcela de população pobre subiu de 13,8% em 2019 para 19,7% em 2021. No Rio de Janeiro, ultrapassou um quinto da população, passando de 16,9% para 23,8%.
Os três únicos Estados que não tiveram expansão da pobreza tinham participação acima de 30% dos pobres na população geral: Acre (46,4%), Pará (45,9%) e Tocantins (35,7%). Como referência, a fatia de população pobre na média do Brasil como um todo passou de 25,2% no primeiro trimestre de 2019 para 29,5% em janeiro de 2021.