PORQUE HOJE É SÁBADO

Como vocês sabem, estou trancado em casa, no sossego do lar, cumprindo a quarentena de 10 dias imposta pelo teste positivo da Covid. Não fui ao bar de João, não vi os amigos Dudu e Cia, não estive em Renato ou em Bigu de Jacumã, de modo que, preso e cumprindo pena, só me resta a alternativa de rosetar com vocês sobre coisas que possam quebrar a rotina e fazer rir. Então caiamos na gandaia e o mundo que se exploda!

Comecemos os causos:

1 – Depois de perder a eleição de vice-governador, o ex-deputado Evaldo Gonçalves passou a ser alvo da preocupação dos seus colegas do PFL, que tentavam de todo jeito encontrar um bico na administração federal para empregar o ex-parlamentar.

Depois de muito procurarem, descobriram que, na Paraíba, havia a vaga de diretor do Ibama. Eufóricos, foram até Gonçalves e lhe ofereceram o cargo. Evaldo, de pronto, recusou. E diante do espanto dos seus colegas, justificou a recusa:

– Amigo velho, não tenho mais idade para andar atrás de caçador de rolinhas.”

2 – Os vereadores Tota Badu e Zé Azevedo travavam acirrada discussão no plenário da Câmara Municipal de Piancó, quando Tota, segurando no microfone, bradou, olhando fixamente para Zé:

– Vossa Excelência é um mentecapto!

Zé Azevedo pediu uma questão de ordem e, se dirigindo ao presidente da sessão, indagou:

– Presidente, isso que Tota Badu disse comigo é uma palavra agradativa ou atacativa?

3 – Lurdinha namorava na porta de casa, boca de noite, agarrada em Agnelo que só catarro em parede. Zeca do Fumo, seu pai, chegara da bodega a tempo de ver o agarra-agarra. Não se contendo, chamou Lurdinha em particular e reclamou daquilo.

– Deixe de besteira, pai, pois ele não vai arrancar nenhum pedaço de mim – argumentou Lurdinha.

E Zeca do Fumo, profético:

– Meu medo é que ele bote um pedaço em você.

4 – Assis Caboré, casado com Munda, gostava de escapulir de vez em quando ate o cabaré de Sousa. Fazia a coisa escondido, posto que Munda era braba como o diabo.

Numa dessas escapulidas, esqueceu da hora e quando deu por si já era madrugada. Apressado, se vestiu. E quando chegou em casa, na ponta dos pés, entrou no quarto, tirou a roupa e descobriu que, no vexame, em vez da cueca vestira a calcinha da rapariga. De imediato, tirou a bicha e correu para jogá-la fora, pela janela. Munda, que fingia dormir, abriu os olhos e o flagrou:

– Cabra safado! Além de arranjar rapariga, ainda arranja uma que tem o fundo da calcinha furado!

5 – Zé Sobreira foi um homem rico em Princesa. Possuia terras, padaria, gado e muito dinheiro. Já velho adoeceu da barriga, foi operado e obrigado a colocar uma sonda, pela qual fazia suas necessidades fisiológicas.

Luquinha, seu filho caçula, peralta como ele só, dava um trabalho danado à família. Um dia, inventou de quebrar as lâmpadas da Praça Zé Nominando, o que levou Genésio Lima, cunhado do ilustre homem, a procurar Zé Sobreira para pedir que desse um jeito no filho.

Zé, meio abatido por causa da doença, após ouvir as queixas, respondeu, resignado:

– Genésio, eu não tenho controle mais nem do cu, quanto mais em Luquinha”.

6 – Quando Burity deixou o Governo, resolveu passar umas férias em Miami. Por aqui ficaram seus aliados, informando, a quem perguntasse, o seu paradeiro. Pedro Medeiros, que foi seu fiel escudeiro, se encontrava em frente à Assembléia, quando foi indagado por Chico Remígio se o ex-governador estava mesmo em Miami. Resposta de Pedro:

– Não sei se tá em Miami ou na Flórida. Só sei mesmo é que tá pras bandas da Europa.”

7 – Goró, famoso filósofo do Conjunto Funcionários II, num momento de rara inspiração, vaticinou:

– Quem engorda morcego magro é sapoti e cu de galinha é quente, mas porém é circunflexo.”

8 – Joca da Prefeitura chegou no consultório de Doutor Laércio Pires, em Sousa, se queixando que a boca estava toda cortada. Procurando saber o que provocou os cortes, Doutor Laércio constatou que fora a chapa que Joca colocara na boca e que era muito maior do que o espaço bocal do referido.

– Joca, essa chapa foi feita por Osterno Abrantes ou por Doutor Otávio? – indagou Doutor Laércio.

E Joca, fazendo careta de dor:

– Sei não, Doutor Laércio, apanhei ela numa troca.”

9 – Doutor Pedro Damião Peregrino assumiu o cargo de juiz de Alagoa Grande e sua primeira providência foi convocar o delegado, Sargento Caçula, para determinar o fechamento do cabaré da cidade, único local de divertimento da rapaziada e dos velhos também.

O delegado ouviu a ordem, coçou a cabeça e, preocupado, ponderou para o magistrado:

– Doutô juiz, tome tento! Com o cabaré aberto, os rapazes ficam lá se intertendo com as raparigas. Com ele fechado, eles vêm se interter é com as muié de nóis!”

10 – O vereador Gominho acompanhava o governador Burity nas solenidades de inauguração de obras de irrigação rural em Princesa. Na hora dos discursos, ele, como sempre acontecia, foi convidado a falar em nome dos municípios.

Gominho quebrou o chapéu na testa e fez o seguinte agradecimento:

– Governador Burity, o sertão está feliz com a irrigação. É as mulher abrindo os rêgos e os homis enfiando os canos.”

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Zé Octávio de Arruda Melo, Ramalho Leite, Manoel Gaudêncio, Assis Camelo, Paulo Freire, Milton Soares, Milton Figueiredo, Alisson Filgueiras, Venancinho Medeiros, Ariano Wanderley, Toinho Fernandes, Zeca Ricardo Porto, Márcio Murilo da Cunha Ramos, Gilvan Navarro, Arimatéia Souza, Maurilio Batista e Zé Alan Abrantes.

12 – O deputado Pedro Medeiros exaltava, da tribuna da Assembléia, suas qualidades de homem nascido e criado no interior. E o fazia com essa frase que até hoje os jornalistas que cobrem o plenário fazem questão de recordar:

– Eu sou um homem matutino.”

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