1 – Na década de 60, o prefeito Zezé de Mirian visitava o governador Pedro Gondim. Gondim, bom de papo e querendo deixar o prefeito à vontade, começou a falar sobre a terra dele, sobre a seca de lá, sobre os açudes ali existentes e, querendo ver o prefeito falar, perguntou se na cidade do alcaide havia água potável.
Inchando os peitos e querendo contar vantagem, o prefeito respondeu, vaidoso:
-Oxente, governador, e nós lá somos atrasados assim! Agora lá tem é água gelada,da boa, saída de geladeiras Kelvineitor que o pessoá comprou a prestação na loja de Betinho Barbosa!
2 – O Jornalista Toinho Vicente, de saudosa memória, tomou uma carraspana meio pesada e perdeu-se num beco sem saída existente no Mercado Central. Desnorteado, começou a fazer o caminho de volta quando avistou um bêbado caminhando em sua direção.
-Quem vem lá? – indagou o destemido piancoense. O outro respondeu:
-É a puta que o pariu!”
Então Toinho, fazendo pose respeitosa, estirou-lhe a mão e pediu:
-A benção, mamãe!
3 – Israel Capenga, conhecido como Seo Juazeiro, dono do Bar Biritródomo, em Salvador, estava em um supermercado fazendo compras, quando alguém perguntou:
-Comprando o que, Seo Juazeiro?
-Combustive de fazê bosta, meu fio.
4 – No Lastro existe uma fabricação do famoso “queijo bola”, que segundo se comenta na região, é afrodisíaco.
Tomando conhecimento da novidade, Mundinho de Nezinho dirigiu-se à fábrica de Felinto Furtado e encomendou 20 unidades de uma vez.
-O senhor vai dar uma festa? -, perguntou o vendedor. E ao ouvir a resposta de Mundinho de que os 20 queijos eram para o seu próprio consumo, Felinto avisou:
-Assim vai endurecer…
-Oxente, homem, então embrulhe 50!
5 – Luiz Nogueira foi o homem mais bruto que existiu na cidade de Manaíra. Tão bruto que nem a filharada escapava da brutalidade. Zé, seu filho menor, certo dia chegou para ele e deu a notícia:
-Pai, o relógio deu uma queda e ficou parado.
-E tu queria que ele saísse correndo, condenado? –respondeu, gentil como sempre.
6 – O sargento Olegário, quando delegado de Duas Estradas, começou a interrogar Lula Chinês, um dos mais temíveis pistoleiros do sertão, que respondia a um processo por assassinato.
E começou a ditar para o diligente escrivão:
-O réu sacou da pistola…
O escrivão o interrompeu:
-Sargento, pistola se escreve um “L” ou com dois?
Sargento Olegário, estufando o peito, respondeu, importante:
-Depende. Se tiver só um cano é com um “L”. Agora, se tiver dois canos, claro que é com dois “Ls”.
7 – Viciado em jogo, Manezim do Bicho, amigo de Chico Duarte, baiano de Juazeiro que mora em Brasília há séculos, contou ao parceiro que havia sonhado com um jegue lhe enrabando.
Querendo um palpite, indagou:
-Eu jogo o que?
Chico não pensou muito para sugerir:
-Jogue o cu fora.
8 – Pedro gostava de beber umas e outras. Numa dessas farras, ficou de porre, entrou no carro, saiu em alta velocidade, bateu violentamente e morreu.
Ao seu velório compareceu muita gente, inclusive Arlindo Fanho, bêbado que só uma cachorra. E por estar bêbado, decidiu fazer um discurso se despedindo do amigo. E mandou ver:
-Pedro , homem honesto, cobrador de imposto, raparigueiro, tomador de cachaça e cabra safado!”
Não terminou porque os parentes do morto, aos prantos, deram-lhe uma surra.
09 – Zé descansava no terraço da casa dele quando ouviu a mãe gritar lá de dentro:
-Oh Zé! Liga este ferro aqui pra mim, porque ele ta dando choque!
Interrompendo o cochilo e abrindo preguiçosamente o olho esquerdo, Zé respondeu de lá:
-Liga a senhora, que já viveu muito!
10 – Risadinha vive ali pela calçada da Assembléia Legislativa e a marretar um real de um e de outro, para tomar cafezinho, comer guisado com cuscuz no Viaduto e contar piadas. É inimigo do uso da camisinha. Diz que camisinha só tem futuro para o fabricante. Mas como é obrigado a entrar na moda, entra, reclamando.
Dia desses, saiu com uma mocinha de programa e, lá no quarto, ela vestiu seu negócio com a camisinha e começou a chupar. Vendo aquilo, Risadinha lançou seu veemente protesto:
-Assim, minha filha, vestida até o gogó, até eu chupo.
11 – Seu Ageu tinha fama de brabo. E todo mundo o temia. Menos Celso, que inventou de namorar a filha dele e, depois de um certo tempo, decidiu pedi-la em casamento. Para criar coragem, tomou duas garrafas de cana e, já calibrado, rumou para a casa do futuro sogro. Chegou, bateu na porta, entrou e foi logo pedindo:
-Seu Ageu, quero a buceta da sua filha em casamento.
Surpreendido com aquilo, Seu Ageu passou a mão nos olhos e balbuciou:
-Ôxente, e não é mais a mão não!?
O noivo, saltando num pé só, botou a mão acima do nariz e resmungou:
-É não, Seu Ageu, porque de punheta eu tô por aqui!
12 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Valter Paiva, Carlos Candeia, Carlos Feitosa, Arlindo Monteiro, Glaucio Nóbrega, Ruy Gouveia, Luiz Antonio, Felipe Abrantes, Doutor Azzouz, George Guedes, Doutor Ericson, Albierge Fernandes, Paloma Gondim, Zelito Nunes,, Fábio Maia, Chico Franca, Abraão Beltrão, Manuel Lisboa e Josinaldo Malaquias.
13 – Geraldo de Izidro gostava de contar pabulagem. Certa vez foi tocar em Conceição, com o conjunto de Manoel Marrocos e, pela madrugada, chegou ao hotel dando a notícia:
-Rapaziada, tô comendo um negócio de televisão.”
O nêgo Heronildes, tocador de pandeiro e gozador emérito, emendou lá da sua cama:
-Já sei, é o controle remoto.