PORQUE HOJE É SÁBADO

1 – Tem gente incomodada com o cuscuz que como. E mais incomodada ainda com o bode. Acha, essa gente, que na minha idade não pega bem comer cuscuz com bode, mesmo que isso ocorra apenas de oito em oito dias. No entendimento dessa gente, comer cuscuz com bode faz mal. E eu achando, santa ignorância, que mal faz passar fome.

2 – Imagina se essa gente soubesse que, além do bode, eu como cuscuz, também, com rabada de boi, com porco guisado, com mocotó, com costela de peito e com osso de corredor, aquele do tutano.

3 – Por falar nisso, neste final de semana é bem capaz de enfrentar um desafio desses. A dúvida está no local. Não sei se vou em Dó da Torre, em Dona Francisca de Mangabeira ou naquela feira do Zé Américo, pasto e repasto de Tadeu Florêncio e de Sebastião Gerbase.

4 – Meu amigo Chico do Cigarro pede para externar aqui seus agradecimentos a quem de direito por proporcionar a ele uma viagem sem sustos, sem sono e sem sobrossos pela PB 233, no trecho entre Santa Luzia e Várzea. Dorminhoco contumaz, Chico do Cigarro jura que passou a viagem toda sem pregar os olhos graças aos solavancos do carro. Os buracos da estrada, constantes e profundos, não permitiram que ele, Chico, corresse risco de vida por dormir no volante.

5 – Ele pede que o serviço de tapa buraco, iniciado há dois meses, continue como está, em passos de tartaruga, sem prazo para terminar. Pelo menos até que encontre um remédio para sua sonolência.

5 – Meus amigos, pedi um Uber ontem à noite para me levar ao Retão de Manaíra. Paguei com o cartão de crédito, que já estava registrado na empresa. E qual não foi minha surpresa ao abrir o celular e ver cinco viagens quase ao mesmo tempo, uma atrás da outra, indo pra lá e vindo pra cá. Cancelei o cartão. E vou voltar a andar de táxi.

6 – A carestia campeia. Um quilo de costela está custando o que há alguns meses custava um quilo de filé mignon. Subiu tudo, desde o fubá que faz o cuscuz ao feijão verde. Ontem perguntei pelo preço de um quilo de feijão verde e o rapaz, com jeito de caridoso, respostou:

– Pro senhor eu faço um menos. Vendo por vinte real.

7 – Tem gente comendo dos dois lados, ou melhor dizendo, dos quatro lados. E só não está comendo dos cinco porque o quinto mandou dizer que não tem jabá pra dar.

8 – Gerbase já acordou e está aqui cobrando pela coluna. Mal de véi. Dorme cedo demais para acordar antes do galo cantar.

9 – Meu amigo Missula disse que a diversão dele nos dias atuais é apostar com a companheira para onde a rola pendeu. E jura que sempre ganha, pois já está acostumado a ver a rola morta.

10 – Meu amigo João do Bar buscava ontem um celular baratinho que venha com o 5 G. Foi morrer na China. Encontrou um por 600 real. Garantido. E os bestas aqui morrendo nas mãos da Sansung e da Apple.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Vanildo Caitano, Neno e Lurdinha, Odon Bezerra, Harrison Targino, Jackson Bandeira, Chico Pinto, Tarcisio Neves, Nenem de Cajazeiras, Fernando Caldeira, Bezinho Fernandes, Chagas de Chica da Lage, Fernando de Carlota, Solange de Zequinha, Paulinho Roberto, Tenório de Terto e Dedé de Genésio.

12 – Era um desses invernos bem pesados lá pelo sertão. Muita chuva no Lastro. Trovões, relâmpagos e podia-se dizer que a chuva atingiria os 100 milímetros.

Arsênio Abrantes, ilustre político local, abriu a janela e falou para a mulher:

– Maria Assis, minha filha, é o mundo todo se acabando na chuva: de Catolé do Rocha aos Estados Unidos.

Site Footer

Sliding Sidebar

O Fuxiqueiro – Todos os direitos reservados.