1 – Taí, não tenho como negar minha irrestrita solidariedade ao deputado federal Julian Lemos, vítima da ingratidão do presidente Bolsonaro, seu idalo, nessa visita à região Nordeste. Simplesmente o deputado, que se anunciava porta-voz do mandatário para o Nordeste inteiro, foi esquecido, ignorado e não incluído na equipe real e isso é uma desfeita que não podemos aceitar de jeito nenhum.

2 – Falar no presidente, ele, num rompante de coragem e destemor, convidou Paulo Guedes a pegar o beco. Isso mesmo. Guedes ameaçou sair do Ministério se a reforma da previdência não sair como ele quer e Bolsonaro respondeu que ele, Guedes, não era obrigado a permanecer ministro. Embora logo mais à noitinha anunciasse, como é do seu costume, um ré pra trás e garantisse que ele e Guedes estão mais grudados do que catarro em parede.

3 – Li em algum lugar o protesto do deputado Walber Virgulino à visita do ex-governador Ricardo Coutinho ao ex-presidente Lula. Virgulino, que quer polemizar com Ricardo para ver se aparece, disse que Ricardo agora só faz visitar ladrão, esquecido de que Lula está preso e condenado sem provas. E esquecido, ainda mais, de que ele, Virgulino, foi abraçar e se deixar fotografar ao lado de Berg Lima, ambos os dois, que não são três, nem quatro, exibindo as dentaduras emolduradas por um arredondado sorriso.

4 – Pretendo escrever uma coluna social, na qual narrarei os acontecimentos deslumbrantes do nosso society. Para tanto, preciso de uma equipe de colabores que se prestem a mandar informações de graça e a seca, já que nossa coluna será uma coluna modesta, sem maiores recursos e sem fins lucrativos. Desde já conto com a colaboração despretenciosa e voluntária dos Marcos Pires e Pinto. Falta o resto do time.

5 – Edson Werber foi visto no Mercado da Torre torando um prato de cuscuz com bode e lavando com uma lapadinha de cana. Werber e Cristiano Machado formam no time dos que não trocam a feira da Torre por um balaio de Canelles.

6 – Hoje a festa em Cajazeiras fica por conta da homenagem ao ex-governador Ricardo Coutinho, que vai receber um troféu que o aponta como o maior benfeitor da cidade e região. A homenagem será à noitinha, mas há programação para o dia inteiro.

7 – Gutemberg Cardoso agora é imortal. Ele foi empossado ontem como membro da Academia Cajazeirense de Letras. Cajazeiras ensinou a Paraíba a ler e é, salvo engano, a única cidade do Estado a ter uma Academia de Letras regional. Bem que esse exemplo poderia ser seguido por outras cidades tão ilustres e tão letradas quanto a cidade de Gutemberg.

8 – E eu cito aqui, para quem duvidou da existência de cidades tão letradas quanto Cajazeiras, Sapé, terra de Augusto dos Anjos, Pilar, terra de Zé Lins do Rego, Areia, terra de Zé Américo, Teixeira, terra de Inácio da Catingueira, Monteiro, terra de Pinto do Monteiro e Princesa, terra de Paulo Mariano, Canhoto da Paraíba, Manoel Marrocos, Aldo Lopes, Zé Duarte e Francisco Florêncio.

9 – Feliz é o Queiroz que se internou no hospital mais caro do país e ao receber alta, pagou a conta de 133 mil reais em moeda viva, na lata, na tampa, no bisaco, no baú, sem fazer cerimônia e sem apelar para cartão de crédito, promissória ou cheque pré datado.

10 – Lady Francisco, quem lembra dela? Eu lembro. Bonitona, talentosa,fazia a alegria das novelas da Globo. Pois ela, aos 84 anos, luta pela vida num hospital carioca. E seu estado de saúde é muito grave.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Carlos Chianca, Kerson Mazureike, Ademar Teotonio, Glauco Morais, Pedro Cirne, Marcos Vinicius, Ricardo Ramalho, Ramalho Leite, Walter Regis, Alexis Zorba, Edilson Júnior, Harrison Pordeus, Paulo Gambarra, Chico Gonçalves, Joilson Teixeira, Neco Carlos e Celso Lívio.

12 – A Paraíba receberia a visita do Presidente Sarney dentro de uma semana. Viria inaugurar o açude Lagoa do Arroz, na região de Sousa/Cajazeiras. Para o evento, o radialista Fernando Caldeiras preparou uma mega cobertura radiofônica pela Rádio Alto Piranhas. Conseguiu levar a fiação de um rádio amador até o local, de difícil acesso, fez umas gambiarras usando antenas do rádio da Polícia, de modo que viabilizou, naqueles tempos idos e difíceis, a primeira cobertura ao vivo, transmitindo de um local distante até a sede da emissora.

No dia aprazado, lá estava caldeira empunhando o microfone e fazendo os preparativos. Dizia que, por causa do acesso difícil, o Presidente chegaria num helicóptero militar, tendo o cuidado de descrever para o povo da zona rural o que viria a ser a dita máquina:

-Para os senhores terem uma idéia do que seja um helicóptero, digo que é uma espécie de gafanhoto gigante com um ventilador rodando em cima”.