TIÃO LUCENA
1 – Hoje é o aniversário de Dona Cacilda, minha companheira de jornada. E como sei que ela é leitora assídua deste blog, nada melhor do que lhe parabenizar através das páginas do Blog do Tião. Claro, já o fiz pessoalmente, pois, para quem não sabe, moramos juntos, juntos dividimos o leito, a casa e a vida há exatos 42 anos, sem contar os três de namoro. Eu, se fosse começar tudo de novo, juro que começaria com ela outra vez. Uma mulher na exata acepção da palavra, uma esposa para a vida inteira, uma mãe incomparável e o amor da minha vida, é o que ela é.
2 – O forrobodó varou a noite lá pras bandas daquela casa de show do Manaíra Shopping.Daqui a pouco começam a sair os festeiros. Uns de carro, outros de onibus, todos com cara de sono, cabelos assanhados, roupas em desalinho, pés descalços, cansados e cheios de calos pela noite em permanente ebulição e, claro, muitos meninos encomendados.
3 – O que me faz ficar ao lado do ex-governador Ricardo Coutinho, quando poderia seguir os passos de tantos que mantiveram os cargos e vantagens do poder? Rapaz, não parei pra pensar sobre isso. Mas acho que, se eu passei oito anos dizendo que Ricardo era meu amigo, era um grande governador e era um grande líder, desdizer tudo agora me faria sentir menos homem e um ingrato.
4 – A partir do dia 10 de dezembro, ou seja, daqui a três dias, devem começar as trovoadas pelo sertão. Se isso acontecer, com certeza teremos bom inverno, muita safra e açudes cheios. Se não, vira a boca pra lá Orestes!, correremos o risco de enfrentar mais uma estiagem.
5 – Na minha passagem por Sousa, conversei com Gabriel do Troodon e ficamos de acertar um lançamento do meu mais novo livro, “Nos Tempos de Jornal”, naquela cidade. É muito chão, mas vale a pena.
6 – Não sei porque ainda me decepciono com as pessoas. Deve ser porque eu acredito na decência delas, sem exceção. E vou continuar acreditando. Não é possível que o mundo esteja condenado a ser esse poço de oportunismo, de mau caratismo e de safadeza. Tem que haver alguma luz no fim do túnel.
7 – Quando Wilson Braga se elegeu em 82, com o apoio do então governador Tarcisio Burity, tratou logo de brigar com quem o elegeu. E todos correram para os braços do novo governador. Prefeitos, vereadores, deputados, todo mundo e a mulher do Véi Raimundo do lado de Braga e Burity sozinho. Até pra se hospedar no interior Burity tinha dificuldade, ninguém o hospedava com medo de represálias. Veio a eleição de 86, Burity enfrentou a máquina do Governo, fez uma campanha franciscana e se elegeu governador, botando 300 mil votos de vantagem sobre Marcondes Gadelha, candidato de Braga. E fez mais: elegeu os dois senadores da chapa, Humberto Lucena e Raimundo Lira. Braga perdeu o Governo e ainda amargou a primeira derrota da sua vida, perdendo pra Raimundo Lira a vaga de senador.
8 – Burity, nem bem se elegeu, botou os cachorros em cima de Braga. Braga virou proscrito em sua terra. Até ser responsabilizado pela morte de Paulo Brandão, foi. Ninguém o queria por perto. Lascado e sem mandato, Wilson Braga virou bicho ruim. Até que veio a eleição municipal e Braga, sozinho e liso, deu um banho de votos nos adversários e se elegeu prefeito da cidade de João Pessoa.
9 – O povo gosta de votar em quem os políticos espertalhões abandonam.
10 – Por isso não se enganem, senhores e senhoras expectadores (ou expectorantes como dizia finado Chico Bocão), pois muita água ainda vai correr por debaixo da ponte. Se os políticos são “desmemoriados”, o povo tem um poder de se lembrar e nunca esquecer cachorro da mulesta.
11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Ovidio Mendonça, Paulo Josafá, Zé Bedeu de Solânea, Raquel Ingrid, Clilson Júnior, Sérgio Botelho, Chico Pinto, José Amaro Pinheiro, Ortilo Antonio, Marco Antonio Gouveia de Morais, Zé de Edezel, Alexandre Maia, Zé de Bezeca, Chico de Edmundo, Mirabô Teodósio, João Fó, Sales Cordeiro, Anita De Zé Marreta, Severino de Ada e Zé de Adauto.
12 – Durante mais de duas horas o deputado Edvaldo Motta apresentou desculpas para se livrar de uma eleitora que pedia 400 reais para as despesas com a documentação necessária para seu casamento.
Motta disse que não tinha dinheiro, mas a moça não acreditou. Pediu que ela o procurasse no dia seguinte, ela então disse que não haveria mais tempo. Tinha prazo a cumprir. Insistiu tanto que o deputado apelou para o último recurso:
– Quer saber de uma coisa, minha jovem? Eu não dou não, e vou dizer porque: sou contra o casamento civil, o amor deve ser livre.