PORQUE HOJE É SÁBADO

1 – Viram a cara de alegria do ministro demissionário? Os olhos se avivaram, o sorriso voltou, o sono foi embora, o jeito de leso deu lugar a um ar de virilidade, em suma, o homem tirou o peso das costas e remoçou.

2 – E estão dizendo que Arnaldo Pogilins, o nosso Arnaldo da Farmácia Beira Rio, está cotado para assumir o Ministério da Saúde. Só se for doido. Trocar o certo pelo duvidoso, se tornar empregado de um presidente que só ama a si mesmo e aos filhos é dar murro em ponta de faca, se lascar em banda, tomar na goiabeira e ficar leso como ficou o ministro que abandonou o barco.

3 – Incrivi. Vi gente que considerava esclarecida festejando a possibilidade da cloroquina de Bolsonaro se tornar o remédio oficial da Covid 19. Tomara que essas pessoas usem bem muito, até como supositório, para ver se aprendem a ser elas mesmas.

4 – Chove no brejo. Faz três dias que o sol não bota a cara de fora. É só água e frio, frio e água, a terra mole de tanta água e a minhocada fazendo a festa dos passarinhos que as comem chega ficam de bucho azul.

5 – Meu amigo Bazinho assistiu, como testemunha ocular, auricular e corporal, o fechamento das bodegas, botecos e quitandas do Mercado da Torre. Até filmar, filmou. E no final do filme, perguntou pesaroso: “E agora, onde vou comer meu cuscuz com bode?”

6 – Como o Hospital de Cajazeiras é regional, tem que atender a toda região e não apenas a Cajazeiras como é o desejo do prefeito José Aldemir. Mas como quer porque quer apartar os doentes da sua cidade dos doentes da vizinhança, aconselho-o a construir um hospital municipal, gerido pela Prefeitura.

7 – Estão querendo queimar Nonato Bandeira com a Assembléia Legislativa. Dizem que partiu dele a campanha contra os deputados que aumentaram a verba de gabinete e foram obrigados a abrir mão do benefício após denúncia publicada na imprensa.

8 – Sales Dantas concordou com Roberto Cavalcanti? Mas aí eu pergunto: Por que não me surpreendo? Esse moço ama a todos e não é de ninguém.

9 – A Associação dos Procuradores da Paraíba – Aspaspb – arrecadou uma tonelada e meia de alimentos e doou, em forma de 125 cestas básicas, à Comunidade Católica Filhos da Misericórdia (45 cestas), Hospital Padre Zé ( 46 cestas), Fundação Educar (15 cestas) e famílias carentes e pessoas em situação de rua (16 cestas).

10 – E Lampião, se achando a bala que matou Padim Ciço, está querendo demitir Doutor Geraldo da Secretaria da Saúde.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Wagner Dorta, Wanderleia Gadi, Adalberto Targino, Gutemberg Cabral, Chico Alicate, Chico do Pandeiro, Duriduri do Geisel, Jorge Bonga,Edson Werber, Rafael San,João Vicente Machado, Leonardo Alves, Edilane Ferreira, Fábio Bernardo, Diego Lima, Mário Gomes Filho, Herbert Fitipaldi, Fábio Maia,  Roseana Meira, Pedro Macedo e Rivelino de Cajazeiras.

12 – Mocidade era louco e orador. Seus discursos eram disputados a tapa pelos fãs que se acotovelavam em frente à Assembléia Legislativa para escutá-lo desancar governantes, enaltecer a estudantada oprimida ou louvar a figura do presidente João Pessoa, de quem era admirador. Nos aniversários de morte de João Pessoa só quem se perfilava diante dos oradores oficiais era a banda de música da PM, e o fazia por obrigação. O público ia ouvir Mocidade falar de cima do banco da praça, sem microfone e sem refrigério, mas dando conta do recado com eficiência.  

Houve um tempo em que governador da Paraíba que se prezasse tinha que ter um doido de estimação. Ernani Sátyro adotou o poeta Mane Caixa D`água, aquele que abrumava a mãe e que, no dizer de Ipojuca Pontes, destacava-se por vestir sempre o seu paletó branco impecavelmente sujo. E Mocidade foi adotado por João Agripino.

João deu ordens para Mocidade entrar e sair do Palácio na hora que bem entendesse. Achando pouco, permitiu que ele freqüentasse e até morasse na sua casa. Mocidade sentava à mesa para as refeições, fazia-se da família.

Um belo dia, durante greve de estudantes, Mocidade fez um discurso contra o governador em tom tão forte que os alicerces do Palácio da Redenção estremeceram. João soube e não gostou.

Mandou chamar o seu doidinho querido e desabafou:

-Mocidade, você é um ingrato. Dou-lhe casa, comida e roupa lavada, deixo-o íntimo do Governo, dou-lhe prestígio e até arranjo-lhe emprego e você me paga assim desse jeito, aliando-se aos meus adversários e falando mim publicamente!

Mocidade, sem se intimidar e  com a eloqüência de sempre,  respondeu:

-João, Governo nasceu pra sofrer”.  

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