1 – O sábado amanheceu quente, sem nuvens de chuva. Mais um sábado pra se viver trancado, sem andanças e conversas jogadas fora pelos bares da vida. E é assim mesmo. Tem que ser assim. Nada de facilitar, dar tréguas ao inimigo. A gente só morre uma vez e dessa viagem ninguém volta, jamais voltou, nunca voltará.
2 – Então, vamos rir até o mijo aparecer como aparecia pra finado Tito de Tozinho durante as suas inesquecíveis e intermináveis gargalhadas.
3 – Aluisio Campos, candidato a senador pela Arena, chega a Monteiro em campanha e é recepcionado pelo líder político local, Silva Brito, ex-pessedista e velho amigo do senador Ruy Carneiro, oponente de Campos.
Na fazenda, no meio de muitos discursos e muita bebida para centenas de convidados, o prato servido foi buchada de carneiro. Terminado o almoço, o candidato arenista deitou numa rede, começou a se balançar e os armadores que sustentavam a rede faziam esse estranho ruído:
– rui… rui… ruuuiii… ruuuuiii
Invocado com o ruído da rede, Aluisio chamou o dono da casa e perguntou:
– Você tem um oleozinho aí, Silva Brito?
E o coronel Silva:
– Óleo mesmo tenho não, Aluisio; serve sebo de carneiro?
4 – Os coleguinhas das rádios Correio e Arapuan devem se cuidar, porque a continuar nessa pisada vão terminar tendo uma bilôla.
5 – Antonio Mariz assumiu a Prefeitura de Sousa e levou para a cidade o superintendente da Sudene, Celso Furtado, e o senador Argemiro de Figueiredo, para inaugurarem o sindicato Rural. Todos discursaram. E furtado, quando falou, prometeu levar água para a cidade.
O mestre de cerimônia era Dilson Silveira, gerente do BNH, que, ao encerrar a solenidade, caiu na besteira de facultar a palavra. O vereador João do Lastro, que já estava “in-ê-ta”, pegou no microfone e começou o seu discurso:
– Excelentíssimo Senhor Subtenente da Sudene, ilustrável senador Argemiro, notável vigarista Padre João Cartaxo; Vossa Excelência, Doutor Celso, fala em trazer água para Sousa. Mas aqui já tem. Se quer as provas, visite o bairrozinho da estação, às cinco da manhã, que lá vai encontrar comadre Mariquinha com o seu buraquinho aberto.
6 – Por que a decisão do Padre Luiz Couto deixou tanta gente nervosa?
7 – O sacristão Epitácio, de Uirauna, aprendeu a rezar em latim, mas o latim dele era um pouco diferente do usual. Respondendo ao Padre Anacleto, na hora do orate fratre, ele dizia, num clássico latim diferente:
“Orate Fratre good-night
Retifica na butica
Bajilone de alumínio
Às quatro horas da manhã
Pra fazer cuã cuã.
E a igreja respondia:
Améeem!
7 – Aquele sorriso e a voz pausada daquele candidato não é a sua voz e o seu sorriso. Durante anos eu aprendi e quem o conhece, idem, a vê-lo brabo, pulando num pé só, valente que só um preá enfrentando a cobra corre campo. A nova imagem é fabricada. E quem se deixa fabricar…
8 – Mazureike Morais, médico na Maternidade Cândida Vargas, colocava sua especialidade à disposição do deputado Ramalho Leite, de quem era amigo e colega de partido. Ramalho utilizou seus serviços para uma operação de períneo em Lourdes Galega, profissional do sexo da Rua do Toco, em Solânea. Operada, Lourdes não deu mais notícia. Voltando de uma festa no Casserengue, Ramalho deu carona a duas de suas colegas, que voltavam cedo para casa. Resolveu então lhes perguntar onde andava Lourdes Galega e a resposta foi ilustrativa:
– Ah! Deputado, depois que o senhor mandou fazer aquela operação nela, ela tá importante, aumentou sua tabela de preço e tá muito procurada … Sua outra companheira arrematou:
– Doutor, arranje uma operaçãozinha daquelas pra mim…
9 – Vocês sabem o que quer dizer “dois pesos e duas medidas?” Eu sei. E por saber, fico a me perguntar: – Aquela figura pensa que engana a quem?
10 – Submetido a uma ultrassonografia abdominal que incluía o exame na próstata, na clínica de Doutor Lavoisier, Ramalho Leite ficou encantado com o diagnóstico do médico:
– Sua próstata é de um adolescente.
E cheio de esperança, perguntou:
– Dr., não dá pra trocar por outra coisa de adolescente não?
11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Marcos Ramalho, Hermes Maia, Marco Ventura, Mundinho de Nezinho, Gabriel do Troodon, Antonio Delano, Totonho de Fofa, Anita Leite, Gilberto Carneiro, Ovidio Mendonça, José Leite Guerra, Antonio David, Zé Nunes, Marta Preta e Chico de Edmundo.
12 – Houve um acidente automobilístico em Cajazeiras e apenas um sobrevivente chegou a ser levado ao Hospital Distrital, mas com o crânio totalmente fraturado. Os médicos fizeram o possível para salvá-lo, mas seu estado era fatal.
Batista Corró, vereador e porteiro do hospital, procurou consolar os familiares da vítima:
– É isso mermo, num sabe, os médico fizero de tudo. Ele morreu, mas morreu bem amiorado.