De acordo com o procurador do MPE, é fundamental garantir a segurança de eleitores e demais participantes do cenário eleitoral
A influência do tráfico de drogas e do crime organizado no processo eleitoral da Paraíba é um dos principais desafios das autoridades paraibanas, revelou o procurador regional do Ministério Público Eleitoral, Renan Paes Félix. O fato mais recente ligado a temática aconteceu em João Pessoa. As investigações da Operação Mandare, realizada pela Polícia Federal, apontaram o envolvimento da filha do prefeito Cícero Lucena e secretária-executiva de Saúde, Janine Lucena, com o líder de uma organização criminosa.
De acordo com o procurador do MPE, é fundamental garantir a segurança de eleitores e demais participantes do cenário eleitoral. “Nós estamos focados em combater a infiltração de organizações criminosas, de facções criminosas nas comunidades, de modo a impedir ou embaraçar a livre escolha do eleitor. É um problema complexo, que demanda uma resposta também complexa. Resposta integrada de todos os órgãos do sistema de justiça e segurança pública do nosso estado”.
O momento também exige a união de forças das autoridades, acrescentou Renan Paes Félix. “Não é uma questão que vai ser resolvida exclusivamente pela Justiça Eleitoral. Há necessidade de convocar Polícia Civil, Polícia Militar, órgãos de inteligência, e fazer todo um planejamento integrado. Acredito que estamos todos preparados. Os órgãos de segurança pública da Paraíba são capacitados, estão devidamente aparelhados e têm inteligência para desenvolver um bom trabalho nessa seara”, concluiu.
De acordo com as informações iniciais divulgadas pela Polícia Federal, a filha do prefeito Cícero Lucena tinha contato direto com o líder de uma facção criminosa. Ela foi um dos principais alvos da ação policial e foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dela e no gabinete da Secretaria de Saúde. O celular de Janine também foi apreendido.
As autoridades ainda revelaram que o líder do grupo criminoso havia indicado vários cargos em pelo menos três órgãos da Prefeitura. Em troca, era concedido o apoio e entrada de agentes municipais em comunidades controladas pelo crime organizado.