QUEM SE ARREBENTA É O POVO


Miguezim de Princesa

I
Saiu Ernesto Araújo,
Saiu Fernando Azevedo,
Quem se esconde com medo
É o bicho caramujo,
O jogo está muito sujo
E a coisa tende a feder,
Quem come não quer saber
Se o outro não tem nem ovo,
Quem se arrebenta é o povo
Na briga pelo poder.
II
O Centrão já se espalhou
Como já fez no passado:
Não há o certo ou errado
Pra quem já se acostumou,
Não importa quem roubou,
O mais importante é ter
Uma cumbuca pra meter
A mão e roubar de novo,
Quem se arrebenta é o povo
Na briga pelo poder.
III
O opositor é quem diz:
Não pode esse chanceler,
Não vai comer de colher
Aquel´outro de Paris;
Se o presidente não diz
O que pretende fazer,
O Tribunal vai dizer
Se dá ou tira o aprovo,
Quem se arrebenta é o povo
Na briga pelo poder.
IV
Um soldado teve um surto,
Deu tiro pra todo lado,
Depois morreu baleado
Após um suspiro curto;
Nada disso impede o furto
Na pandemia a valer,
Muitos vão abastecer
Suas despensas de novo,
Quem se arrebenta é o povo
Na briga pelo poder.
V
Agora ficou provado
Que quem manda é o sistema,
No rio cheio de pustema
A água só vai pra um lado,
Pode morrer um bocado
Que o choro é pra inglês ver,
O que vale é esconder
A grana no pé do ovo,
Quem se arrebenta é o povo
Na briga pelo poder.

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