Lewandowski disse que a exemplo de Brasília todas as outras quatro penitenciárias federais irão receber muralhas para reforçar a segurança após o registro da primeira fuga em um presídio de segurança máxima
A Penitenciária Federal de Brasília tem muralhas como as que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pretende fazer no presídio de Mossoró (RN). As muralhas de Brasília foram inauguradas em 2022 e, na época, já existia a promessa de que o projeto fosse expandindo para as outras quatro penitenciárias federais: Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS).
De acordo com publicação da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o projeto custaria R$ 70 milhões e a próxima penitenciária a receber o investimento seria a de Porto Velho. Segundo a Senappen, a “muralha melhorará a capacidade de vigilância, e de resposta a ataques externos, reforçará a proteção dos servidores, bem como o acesso intramuros e beneficiará a infraestrutura do estabelecimento, proporcionando a absorção de tecnologias relevantes, como as soluções anti-drone.”
A muralha de Brasília é construída depois dos muros já existentes e são mais altas. Elas ainda contam com quatro torres de vigilância. O presídio de segurança máxima no DF foi inaugurado em 2018 e assim como as outras quatro do país tem capacidade para 208 presos. Mas, hoje, ela tem somente 40 prisioneiros.
São 12.300 metros quadrados de área construída e todos os presos ficam em celas individuais com 6 m² cada e monitoramento 24 horas por dia. Os presídios de segurança máxima tem como intuito o combate ao crime organizado, isolar lideranças criminosas e detentos de alta periculosidade. Em Brasília, por exemplo, estão criminosos como o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Medidas anunciadas
Nesta quinta-feira (15/2), Lewandowski disse que o plano de construir as muralhas está de pé. “Algo que é mais custoso, é mais trabalhoso, mas já está no planejamento nosso é a construção de muralhas em todos os presídios federais. A exemplo daquilo que foi feito na unidade do Distrito Federal. Os recursos virão do Fundo Penitenciário Nacional, que é o Funpen, evidentemente após o processo licitatório que a lei exige”, disse o ministro.
Além das muralhas, Lewandowski disse que os presídios também passarão a ter reconhecimento facial, nomeação de novos policiais penais e modernização do sistema de videomonitoramento.
A fuga
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na madrugada de quarta-feira (14/2). Esta foi a primeira fuga em unidade prisional federal. A dupla aproveitou de uma obra que está acontecendo no presídio para escapar. Eles saíram por um buraco e pularam o alambrado da prisão.
Mais de 300 agentes participam das buscas pelos criminosos. Na noite desta sexta-feira (16/2), eles fizeram uma família refém em uma casa que fica próxima ao presídio. Eles pediram comida, roubaram um celular e depois foram embora.