Os gastos excessivos de prefeituras com festejos juninos entraram na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB). O presidente da corte, conselheiro Fernando Catão, anunciou hoje (1º) que o tribunal, juntamente com outros órgãos competentes, vai fiscalizar essas despesas.
A fiscalização, disse o conselheiro, que abordou o tema durante a sessão do Pleno nesta quarta-feira (1º), ocorre diante das notícias na Paraíba e em todo o país, de contratações de bandas e shows em valores altíssimos para festas juninas, até mesmo em cidades em estado de calamidade.
“Vamos trabalhar no sentido de fazer o gestor refletir sobre num momento de dificuldade desse se gastar R$ 1 milhão com bandas de shows”, disse, ao ressaltar a crise que muitas prefeituras enfrentam por conta da pandemia da Covid-19.
“Não me parece razoável que um município que esteja em estado de emergência gaste mais do que gasta com obras em shows”, alertou.
Fernando Catão disse que o órgão tem sido procurado diante de notícias de contratações de banda e citou o município de Ouro Velho, onde shows estariam sendo contratados pelo valor de R$ 1 milhão.
“Fiz a verificação e o município tem 2.598 habitantes e tá contratando em torno de R$ 1 milhão em shows”, disse.
Segundo ele, um município que por ano aplica R$ 500 em obras e no meio do ano aplica R$ 1 milhão numa festa, “cabe olhares mais apurados”.
Os gastos com os festejos juninos pelas prefeituras, disse ainda o conselheiro, foi discutido ontem com o superintendente da Polícia Federal, durante visita ao TCE.
Importância dos festejos juninos
Fernando Catão disse que os festejos juninos devem ser preservados e destacou a importância das festas de São João para a cultura e economia, mas que é preciso ter “discernimento quanto a esse tipo de despesa”.
“O Tribunal em nenhum momento está trabalhando contra que se faça festa de São João. Agora, queremos que essa despesa seja feita de forma razoável e que a população tenha acesso a todos os dados para analisar com transparência”, frisou.