Assembléia Legislativa celebra Dia Nacional da Caatinga e promove debate sobre biodiversidade


A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta quarta-feira (28), sessão especial em alusão ao Dia Nacional da Caatinga, que é comemorado em 28 de abril. Proposto pelo deputado Buba Germano, o evento aconteceu de forma remota e debateu biodiversidade, matéria prima e políticas publicas para preservar o bioma. Entidades que atuam em defesa do meio ambiente e da sociedade civil organizada participaram da discussão. Também participaram da solenidade os deputados Jeová Campos, Moacyr Rodrigues, Chió e Pollyanna Dutra.

“A Caatinga é frequentemente associada com a seca, pobreza e pouca biodiversidade, mas ao contrário do que se pensa, esse bioma confere valores biológicos e econômicos significativos para o país. Por estes motivos, o tema possui extrema relevância e é de grande valia a comemoração de seu dia nacional, com a participação de alguns segmentos”, ressaltou Buba Germano.

A comemoração, segundo o deputado Jeová Campos, tem como propósito destacar o alcanço da sustentabilidade, gerando renda a partir do uso sustentável da biodiversidade da Caatinga, apesar dos problemas gerados pelos processos de desertificação, secas e mudanças climáticas. “É preciso que essa geração tenha consciência diferenciada, e esse debate não pode ficar apenas aqui na Assembleia. Temos que traçar estratégias e buscar melhorias efetivas trabalhando de forma mais veloz e ousada”, disse.

O professor Etham Barbosa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da UEPB, fez uma palestra sobre o tema, destacando, que obras como “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, e “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, apresentaram o Nordeste da Caatinga ao Brasil. “Fazendo esse contraponto, essas duas grandes obras, desses dois grandes autores, a gente realmente traça um paralelo de comemorações”, disse.

Sobre os desafios da região, ressaltou que ainda não existe um processo de fragmentação da Caatinga, uma vez que hoje existem por volta de 47 mil fragmentos de caatinga na Paraíba, onde mais da metade já foi depredada. “Esse quantitativo educacional, esse quantitativo de ciência e tecnologia que o estado já gerou precisa ser transformado em políticas públicas”, observou.

Durante a sessão, os convidados defenderam a necessidade da Assembleia Legislativa dialogar com todos os setores ligados à caatinga, para fazer com que essas políticas de preservação do bioma “se encontrem com as políticas de recursos hídricos, evitando a extinção de espécies ampliar a iniciativa de transferência de renda”.

O secretário executivo de Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba, Rubens Freire, destacou a importância da política para a preservação. Para ele, a base tecnológica e científica não é suficiente se não houver um convencimento político, através da ampliação desse debate com o conjunto da sociedade. Ele anunciou que o Governo do Estado, através da sua pasta estará iniciando, em breve, um processo de convocação, por meio de editais, para projetos de ´ciência e tecnologia e inovação para apoiar, em áreas estratégicas, programas de pós-graduação e atividades de pesquisa.

Para o professor Cláudio Furtado, secretário de Estado da Educação, o bioma da caatinga é de extrema importância para o Brasil, mas que ainda precisa ser mais bem cuidado, apoiado e estudado nacionalmente. Ele destacou que o Executivo Estadual, através de sua secretaria, vem desenvolvendo diversos programas voltados para a preservação ambiental, o desenvolvimento regional. A exemplo do “Desafio Celso Furtado”, que estimula a discussão ambiental nas escolas da rede pública estadual com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Do ponto de vista da educação, é cada vez mais do nosso interesse criar, na consciência nos nossos jovens, estímulos para que a gente possa despertar para a preservação, a convivência sustentável da água, a formação de recursos humanos qualificados, e que a gente possa fazer uso de cada recurso sustentável que nós temos aqui no estado, utilizando a tecnologia e promovendo o desenvolvimento regional”, finalizou.

Ainda participaram da sessão o professor da Fapesq, Roberto Germano; o superintendente da Sudema, Marcelo Antônio; a coordenadora do curso de Agro Ecologia do IFPB, Jeane Martins; o biólogo Márcio Frazão; e o secretário da Agricultura Familiar do Estado, Jonildo Cavalcanti.

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