O deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB), vice-líder da oposição na Câmara, e parlamentares de 25 legendas protocolaram pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar e buscar os responsáveis pelo vazamento de óleo que atingiu os noves Estados do Nordeste.
A quantidade de resíduos recolhida nas praias nordestinas ultrapassa as 900 toneladas, já os danos ao meio ambiente ainda são incalculáveis. Mais de 250 assinaturas de deputados das 25 legendas da Câmara reforçaram o pedido de investigação. O autor da propositura é o deputado federal João Campos (PSB-PE).
Durante coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados, Gervásio Maia relembrou as ações que antecederam o pedido da CPI. “A primeira ação que nós tomamos, quando as manchas começaram a aparecer nos 2 mil km de praia do Nordeste, foi no dia 8 de outubro. Eu estive na Procuradoria Geral da República, ao lado do deputado João Campos, pedindo a procuradoria que adotasse um procedimento investigatório, e também que pudesse buscar providências, para que a Petrobrás e o Ibama participassem da limpeza das praias”, elucidou.
Ainda durante a fala, o parlamentar criticou a omissão do Governo Bolsonaro e a demora para lidar com esse que, segundo o Ministério Público Federal, já é o maior desastre ambiental da história do litoral brasileiro em extensão. “Houve uma omissão muito grande do Poder Executivo, que somente depois de trinta dias se pronunciou através do Diário Oficial da União. Desde então, prevaleceu um silêncio sepulcral. Por isso, a medida do deputado João Campos foi extremamente pertinente, uma iniciativa importante dentro das prerrogativas do Poder Legislativo, de apurar e buscar a responsabilidade desse crime terrível, quem tem trazido um prejuízo gigantesco”, ressaltou Gervásio.
De acordo com João Campos. “A CPI é fundamental para descobrir o que aconteceu. Inadmissível ainda não termos uma posição clara das autoridades federais, o Parlamento precisa agir”, ressaltou o deputado ao afirmar que qualquer culpado terá que pagar por esse crime.
A população não esperou por medidas das autoridades competentes e, diante desse cenário, várias pessoas se arriscam em meio ao poluente tóxico e recolhem o que conseguem nas praias, na tentativa de amenizar a situação. O vazamento de óleo na costa brasileira já chega a 50 dias.