O governador João Azevêdo destacou, nesta sexta-feira (22), último dia da missão dos governadores do Nordeste na Europa, a importância das agendas na Alemanha para fortalecer parcerias, principalmente, na área da tecnologia. Na ocasião, ele lembrou que a Paraíba já desenvolve, em conjunto com o instituto alemão Fraunhofer, um projeto inédito para a criação de plástico biodegradável.
“A Paraíba já tem um contrato de mais de € 1 milhão com o Instituto Fraunhofer que faz uma pesquisa única no Brasil em biomateriais, a partir dos óleos de soja e de linhaça e do sisal, para que possamos substituir e criar um plástico biodegradável”, ressaltou o governador João Azevêdo.
O projeto é o desdobramento de uma descoberta de pesquisadores na Paraíba que substituíram produtos de bases petrolíferas na composição do plástico por produtos naturais, como o óleo da soja ou da linhaça e a mistura com o sisal para dar maior consistência ao novo material, mantendo as mesmas propriedades exigidas na utilização comercial, com a diferença de não atacar a natureza, como os plásticos atuais.
A realização da pesquisa é viabilizada na Paraíba pela Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia (SEECT), onde são investidos cerca de €140 mil pelo Governo do Estado, via Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e €1 milhão por parte do Instituto Fraunhofer (IFAM), com sede em Bremen.
O projeto também conta com a participação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), além de parceiros institucionais como a Fapesq, o INVENT GmbH, nova-Institut GmbH, Rabe design & engineering GmbH e a parceira comercial no Brasil, Sisal Gomes.
O apelo sustentável do produto chama a atenção da indústria automobilística no Brasil e na Alemanha. Os pesquisadores trabalham para que o material tenha uma vida útil entre 20 e 30 anos, que é o período previsto de uso de um veículo, e seja tão resistente quanto o plástico atual, que usa o petróleo na composição.
O novo plástico biodegradável poderá ser usado na fabricação de outros produtos, o que o diferencia das bases petrolíferas e de outras substâncias, que tornam o plástico comum perene na natureza e não reciclável.